ATA DA TRIGÉSIMA QUINTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 29-4-2013.
Aos vinte e nove dias do
mês de abril do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Elizandro
Sabino, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Luiza Neves, Márcio Bins
Ely, Mario Fraga, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Roni Casa da Sopa e Tarciso Flecha Negra. Constatada a
existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke,
Any Ortiz, Delegado Cleiton, Engº Comassetto, Idenir Cecchim, João Carlos
Nedel, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nereu
D'Avila, Professor Garcia, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Valter Nagelstein e
Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 051/13
(Processo nº 0778/13), de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo. Também,
foram apregoados Requerimentos de autoria dos vereadores Airto Ferronato e João
Carlos Nedel, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando o desarquivamento,
respectivamente, dos Projetos de Lei do Legislativo nos 195/10 e
022/12 (Processos nos 4010/10 e 0373/12, respectivamente). A seguir,
o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Mauro
Salles Machado, Presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região,
que se pronunciou acerca de questões atinentes à segurança em estabelecimentos
bancários. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
vereadores Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Alberto Kopittke, Mônica
Leal, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Fernanda Melchionna, Clàudio Janta,
Sofia Cavedon e Airto Ferronato manifestaram-se acerca do tema abordado durante
a Tribuna Popular. Ainda, o senhor Presidente concedeu a palavra, para
considerações finais, ao senhor Mauro Salles Machado. Às quinze horas e um
minuto, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze
horas e dois minutos. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Mario
Manfro e Mauro Pinheiro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores
Pedro Ruas e Bernardino Vendruscolo. Às quinze horas e cinquenta e um minutos,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi
rejeitado Requerimento de autoria do vereador Clàudio Janta, solicitando a
renovação da votação do Requerimento que solicita o adiamento da discussão do
Projeto de Lei do Legislativo nº 115/11 (Processo nº 2618/11), por treze votos
SIM e dezesseis votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo vereador João
Carlos Nedel, tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke, Bernardino
Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna,
Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas,
Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e Não os vereadores Airto Ferronato, Any
Ortiz, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Luiza
Neves, Mario Manfro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor
Garcia, Reginaldo Pujol, Roni Casa da Sopa, Séfora Mota, Valter Nagelstein e
Waldir Canal. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 115/11 (Processo nº 2618/11), após ser encaminhado à votação
pelos vereadores Mauro Pinheiro, Tarciso Flecha Negra, Alberto Kopittke,
Professor Garcia e Reginaldo Pujol e pela vereadora Mônica Leal. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 115/11, por oito votos SIM e vinte votos NÃO, após ser encaminhada à votação
pelos vereadores Mauro Pinheiro, Reginaldo Pujol, Alberto Kopittke e Idenir
Cecchim, em votação nominal solicitada pelo vereador João Carlos Nedel, tendo
votado Sim os vereadores Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Delegado
Cleiton, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Marcelo Sgarbossa, Mauro
Pinheiro e Sofia Cavedon e Não os vereadores Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela,
Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Mario
Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Professor Garcia,
Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir
Canal. Foi votada destacadamente e rejeitada a
Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 115/11, por nove votos
SIM e vinte votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo vereador João Carlos
Nedel, tendo votado Sim os vereadores Alberto
Kopittke, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas e Sofia Cavedon e Não
os vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo,
Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel,
Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal,
Nereu D'Avila, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota,
Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Foi rejeitada a Emenda
nº 03 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 115/11, por onze votos SIM e
dezesseis votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo vereador João Carlos
Nedel, tendo votado Sim os vereadores Alberto
Kopittke, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Engº Comassetto,
Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga e Mauro Pinheiro e as
vereadoras Séfora Mota e Sofia Cavedon e Não os vereadores Airto Ferronato, Any
Ortiz, Bernardino Vendruscolo, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Mario Manfro, Mônica Leal, Paulo
Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Valter
Nagelstein e Waldir Canal. Foi rejeitada a Emenda nº 04 aposta ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 115/11, por onze votos SIM, quinze votos NÃO e três
ABSTENÇÕES, em
votação nominal solicitada pelo vereador João Carlos Nedel, tendo votado Sim os
vereadores Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Marcelo
Sgarbossa, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas e Sofia Cavedon, votado Não
os vereadores Airto Ferronato, Any Ortiz, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Mario Manfro, Mônica
Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Valter
Nagelstein e Waldir Canal e optado pela Abstenção os vereadores Márcio Bins
Ely, Séfora Mota e Tarciso Flecha Negra. Foi rejeitado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 115/11, por dez votos SIM e vinte votos NÃO, em votação nominal
solicitada pelo vereador João Carlos Nedel, tendo votado Sim os vereadores
Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Marcelo Sgarbossa, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas e Sofia
Cavedon e Não os vereadores Airto Ferronato, Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo,
Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim,
João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica
Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora
Mota, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 098/11
(Processo nº 2425/11). Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 050/13
(Processo nº 0785/13). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Resolução nº 016/11 (Processo nº 1582/11). Após, foi apregoada a Emenda nº 02, de
autoria do vereador João Carlos Nedel, Líder da Bancada do PP, ao Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 004/13 (Processo nº 0823/13) e foi aprovado
Requerimento de autoria de Sua Senhoria, solicitando que essa Emenda fosse
dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e
Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/13 (Processo
nº 0823/13), o qual, após ser discutido pelos vereadores Sofia Cavedon,
Reginaldo Pujol, João Carlos Nedel, Fernanda Melchionna e Bernardino
Vendruscolo, deixou de ser votado em face da inexistência de quórum
deliberativo. Às dezessete horas e trinta e dois minutos, constatada a
inexistência de quórum deliberativo, em verificação solicitada pelo vereador
Reginaldo Pujol, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. A seguir, foram
apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: nº
034/13, de autoria do vereador Clàudio Janta, do dia seis ao dia dez de maio do
corrente, em Encontro Internacional dos Trabalhadores, na cidade do México –
México; e nº 021/13 (Processo nº 1464/13), de autoria da vereadora Jussara
Cony, nos dias de ontem e hoje, no I Encontro de 2013 da Rede de Mulheres
Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade, em Brasília – DF. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Engº Comassetto. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, 2ª Sessão, estiveram o Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 002/13, discutido pelo vereador Bernardino Vendruscolo, os Projetos de Lei
do Legislativo nos 077, 098 e 099/13, o Projeto de Lei do Executivo
nº 015/13, discutido pela vereadora Sofia Cavedon. Durante a Sessão, os vereadores Clàudio
Janta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Nereu D'Avila, Professor Garcia, Márcio
Bins Ely e Engº Comassetto manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também,
foram registradas as presenças, neste Plenário, de alunos e das professoras Ana
Cristina Assunção e Tatiane Tomazoni, do Centro Cultural James Kulisz, em
visita orientada integrante do Projeto de Educação Política desenvolvido pela
Seção de Memorial deste Legislativo. Às dezessete horas e cinquenta e cinco
minutos, constatada a inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou
encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelo vereador Dr. Thiago e pela vereadora Sofia
Cavedon e secretariados pela vereadora Fernanda Melchionna. Do que foi lavrada
a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores
1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Passamos à
O Sr. Mauro Salles Machado, representando o
Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, está com a palavra, pelo
tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à segurança nos
estabelecimentos bancários.
O SR. MAURO
SALLES MACHADO: Boa-tarde a todos os presentes. Gostaria de
agradecer a esta Casa pela oportunidade de expressar uma preocupação muito
grande que a categoria bancária tem com o tema da sua segurança, da segurança
bancária. Eu gostaria de agradecer ao Presidente da Câmara, Dr. Thiago, e em
seu nome agradecer a todos os Vereadores pelo convite. E saúdo os presentes,
especialmente meus colegas bancários.
Hoje, o clima que vigora dentro das agências
bancárias pode ser dito em uma curta palavra: medo. Os bancários e os
vigilantes trabalham com medo. Vou citar alguns exemplos do drama que significa
trabalhar em um banco, inclusive estão ocorrendo vários assaltos
cotidianamente, e o modus operandi, a
forma que os ladrões utilizam para fazer os assaltos, é cada vez mais
sofisticada. Para se ter uma ideia, em fevereiro deste ano, ocorreram 21
ataques a bancos. Em 2012, haviam sido somente seis. Portanto, há uma escalada
de assaltos, e de várias modalidades. Hoje, é corriqueiro sequestrar fazendo
famílias de bancários reféns. Isso tem sido comum. Há uma pesquisa da vida
cotidiana e familiar dos bancários, inclusive, no ato do assalto, mostrando
fotos e vídeos da família levando seus filhos ao colégio. E não são casos
isolados, vou dar alguns exemplos: em dezembro de 2012, funcionários de uma
agência de um banco da Zona Norte – não vou citar o nome, para não expor os
funcionários ainda mais – foram mantidos reféns por mais de quatro horas pelos
assaltantes; no dia 7 de janeiro, um gerente foi agredido; no dia 18 de
janeiro, um gerente-geral ficou a noite inteira refém de assaltantes em um
banco da Zona Leste de Porto Alegre; assaltos: no dia 1º de março, em agências
em Campestre da Serra; e agora, no dia 22 de abril, outras duas agências foram
assaltadas, no mesmo dia. Isso é comum. Vou contar alguns casos que os colegas
bancários nos colocaram. Os bandidos chegam às agências, mostram fotos dos
colegas e, inclusive, dão detalhes de sua vida particular. Teve um colega o
qual eles sabiam que estava no Cirque du Soleil tal hora, tal dia, e disseram:
“Tu nos deste trabalho, foste fazer um lanche depois ainda”. É nesse nível que
eles tratam os bancários e os intimidam. Um colega de uma agência que passou
por uma situação dessas chegou a me dizer que dá muito mais medo ver a foto de
teu filho na mão do assaltante do que um revólver de calibre 38. Então, isso
tem sido corriqueiro, e achamos que é preciso tomar medidas urgentes.
Também há o ataque chamado “saidinha de banco”, em
que o assaltante faz o ato fora da agência; um comparsa fica na agência
monitorando o saque do cliente, e o outro executa o assalto fora da agência.
Isso já causou uma morte este ano, um cliente foi esfaqueado ao sair de um
banco no Centro de Porto Alegre. As explosões de caixas eletrônicos estão cada
vez mais comuns, cidades inteiras são sitiadas por bandidos, podendo ocorrer
uma tragédia. Acho que esse é o elemento que queremos trazer aqui, precisamos
tomar uma atitude antes de haver uma grande tragédia. São bandidos sem
experiência no uso de explosivos, manipulando-os. Uma carga mal dimensionada
para uma agência pode afetar a sua estrutura e ruir o prédio, por que não? E
sabemos que muitas agências, a maioria, são instaladas em prédios residenciais.
E os colegas bancários são reféns nos sequestros porque eles têm a chave do
cofre. Mas há muito tempo reivindicamos, exigimos dos bancos que a abertura das
agências seja feita por empresas especializadas em segurança. O único banco que
assim o faz é a Caixa Econômica Federal, e não é de graça que ela tem o menor
número de ataques a bancos do sistema. Vou dar algumas estatísticas para
ilustrar o que estou dizendo: nos quatro primeiros meses deste ano, tivemos um
aumento de 14,6% de ataques a bancos – passou de 41 para 47; em 2012, ocorreu
um aumento de 57% de ataques a bancos no Brasil; o Rio Grande do Sul, em 2011,
ficou em segundo lugar no ranking
nacional, com 130 casos; em 2012, pulou para o sexto, mas aumentou o número de
casos para 160. Com relação às mortes em assalto a banco no País, enquanto em
2010 ocorreram 23, no ano passado, 2012, ocorreram 57 mortes – foi um aumento
de 147%. São estatísticas, dados eloquentes.
Nós solicitamos esta Tribuna Popular para dar
visibilidade a este problema. Precisamos tomar atitudes, como eu falei, antes
que se tenha uma grande tragédia, porque as pequenas tragédias já estão
ocorrendo. O drama que cada bancário, que cada bancária passa no seu cotidiano
ao entrar na agência é enorme, fora a sequela psicológica: muitos colegas estão
afastados pela Previdência Social com síndrome do pânico, com problemas de
depressão, com problemas de saúde.
Portanto, este é o principal motivo: fazer um brado
que ecoe como um sinal de alerta. Que a sociedade gaúcha, a sociedade
brasileira, especialmente a sociedade porto-alegrense leve em consideração esse
problema e exijamos dos bancos maior investimento na área. Para vocês terem uma
ideia, uma simples atitude que inibiria o ataque chamado “saidinha de banco”
seria dar maior sigilo no ato da operação bancária. Aqui todos devem ser
clientes de banco e todos sabem que, quando se vai ao caixa, no
autoatendimento, o cliente que está atrás, na fila, consegue ver a senha sendo
digitada porque não se tem privacidade alguma, não tem sigilo algum. Portanto,
nós temos um projeto, um movimento - Ver. Tarciso já o apresentou nesta Casa –,
de colocar biombos, estruturas que deem privacidade para o cliente. É um
investimento pequeno, ainda mais com a lucratividade que os bancos têm, mas
isso os bancos não aceitam fazer porque o layout,
a estética, está acima da vida.
Esta Câmara Municipal foi pioneira, ela tem as
legislações mais avançadas nesta área. A legislação de porta de segurança foi
pioneira nesta Casa, mostrou-se eficaz, porque essa forma de assalto a banco de
quando eles entram na agência armados e praticam o ato não ocorre mais.
O que tem ocorrido é o não cumprimento das
legislações: a da porta de segurança; a da vigilância eletrônica, que também
foi uma lei desta Casa; a do biombo, de que estamos aguardando a regulação. São
leis que não são cumpridas. Esse é outro elemento que a gente quer deixar claro
aqui, e queremos chamar principalmente o Executivo Municipal a fiscalizar,
porque a lei desta Casa - e é uma lei das mais avançadas do País - exige portas
de segurança em todos os acessos ao banco, e, em grande parte das agências, a
porta fica depois do autoatendimento. Autoatendimento é banco, e ainda deveria
ser colocada porta, o que inclusive evitaria muitas situações de ataques a
clientes dentro das instâncias do autoatendimento. Pela lei, os vidros teriam
que ser blindados, e não são; recentemente, em São Paulo, uma vigilante foi
morta porque não deixou passar pela porta de segurança o bandido, que atirou
através do vidro. Se tivesse blindagem, essa morte não ocorreria. Vários
ataques, vários assaltos ocorrem com uma simples marreta, com um extintor
jogado sobre o vidro, e os assaltantes adentram na agência, vão para dentro da
agência fazer o assalto.
Enfim, as legislações existem. Existe, inclusive,
um projeto de lei para construir um estatuto, uma compilação dessas legislações
de segurança bancária que estão tramitando nesta Casa. Achamos de extrema
importância isso, mas, acima de tudo, não basta ter as leis, é importante que
haja fiscalização.
Para terminar, com a licença dos nobres Vereadores
e Vereadoras, gostaria de chamar atenção para um elemento que talvez seja
polêmico, algo que temos levantado, que é a questão das explosões, dos ataques
com maçaricos e com dinamites aos autoatendimentos. Nós estamos propondo que o
dinheiro seja retirado à noite e reposto no outro dia, porque tu acabas com o
atrativo dos meliantes, que é o dinheiro. Esse procedimento ocorre na
tesouraria dos bancos. O carro-forte vai, todo dia, à tardinha ou no começo da
noite, retirar o dinheiro da tesouraria e volta no outro dia, pela manhã, para
reabastecer a tesourarias dos bancos. Por que o dinheiro do autoatendimento - e
sabemos que, a partir das 10h da noite, não podemos sacar porque fica
desativado o autoatendimento - também não é retirado? Com certeza, cidades
sitiadas, ataques desse porte, com explosivos, não ocorreriam mais. Sabemos que
é uma luta do gato e do rato. Construímos legislações, construímos mecanismos
preventivos, mas os meliantes, que são criativos, criam mecanismos para burlar
a lei. Mas essa é a realidade, e o papel do Legislativo é este: de legislar, de
tentar garantir o mínimo de prevenção neste quesito que é a segurança bancária.
Gostaria de parafrasear uma nobre Desembargadora
que concedeu uma liminar para reintegração de uma bancária que tinha sido
demitida depois de um assalto porque ficou sem condições de trabalhar. A partir
de um recurso por parte da Previdência Social dos bancos, que poderia ter
prejuízo para os cofres da Previdência Social, a Juíza disse: “De um lado, tem
o dinheiro, mas, de outro lado, tem a vida”. E eu não tenho dúvida de que vida
tem de estar em primeiro lugar. Por isso, chamamos a atenção desta Casa e da
sociedade gaúcha: este tema tem de ser priorizado. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Sr. Presidente. Convidamos o Sr. Mauro
Salles Mendes a fazer parte da Mesa.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, antes de mais nada, eu quero saudar
o Presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região – SindBancários, Mauro Salles Machado, e dizer
o seguinte: esta Casa, em inúmeras oportunidades tem recebido a representação
dos bancários, que tem ocupado a nossa Tribuna Popular, uma ferramenta da
Câmara de Vereadores de Porto Alegre para cumprir uma das suas maiores
finalidades, que é de ser caixa de ressonância das angústias, dos anseios, das reivindicações
e das súplicas da sociedade porto-alegrense, representada pelos seus vários
segmentos.
A sua vinda hoje aqui, diferentemente de outras
tantas em que, em questões salariais, reivindicações pontuais são resolvidas,
aborda um dos temas mais angustiantes deste País nos dias atuais, que é a
segurança do cidadão em geral e de algumas categorias em particular. Aqui no
Rio Grande e em Porto Alegre, mais especificamente, duas categorias despontam
de forma muito expressiva na sua insegurança, que são os taxistas e os seus
colegas bancários. Sua vinda aqui é muito positiva, não só para, como se diz na
gíria, “colocar a boca no trombone” da dimensão do reclamo da categoria, mas
para alertar para determinadas situações.
Duas colocações suas me impressionaram
sobremaneira. Eu nunca havia raciocinado nesses termos
de que a procura de um gerente é porque ele tem a chave do cofre. Tem
que se tirar a chave do cofre da casa do gerente! Se essa é a causa, impossível
não se enfrentá-la. Há que se dar a modernidade, a tecnologia, enfim, tudo o
mais, mas tem que se apresentar uma solução para que o gerente de banco não
seja mais uma vítima em potencial.
Há uma segunda colocação que o senhor faz, de forma
muito clara, e de que a gente não se apercebe no cotidiano. Eu não costumo
retirar dinheiro nos caixas eletrônicos, especialmente à noite, e o Sr.
Francisco me informa que, a partir das 22h, ninguém mais tira recursos do caixa
eletrônico. Não tem que ter recursos dentro do caixa, para ele não ser
implodido! Se o meliante souber que não tem recursos dentro do caixa
eletrônico, ele não vai, de madrugada, querer explodi-lo! Então, o seu
pronunciamento foi longo, felizmente, bem elucidativo, e, de certa forma, até
pedagógico, porque nos insere bem na situação.
Eu quero lhe dizer, inclusive como Presidente da
Comissão de Constituição e Justiça, que estamos à disposição do Sindicato, da
categoria, para trabalharmos mais profundamente essas preocupações e
caminharmos juntos na busca de alguma equação, porque o Sindicato dos Bancários
está defendendo hoje a vida dos seus colegas, mas também a vida da sociedade,
porque, muitas vezes, junto com o bancário, vão outras vítimas como reféns,
quando não perdendo a vida.
Presidente, V. Exa. me anuncia que eu não tenho
mais tempo, mas fico satisfeito que V. Exa. tenha relevado isso, porque eu me
empolguei com o assunto, que, efetivamente, merece a nossa atenção. Disponha de
nós. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Pujol.
O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Sr. Mauro
Salles, todos os bancários presentes aqui. A lei do box para as agências bancárias foi protocolada na Câmara de
Vereadores no dia 10 de maio de 2010, aprovada pelo Legislativo em 21 de
novembro de 2011 e sancionada pelo
Executivo em 4 de janeiro de 2012. Eu, o Sr. Lúcio Mauro Paz Barros e o Sr. Ademir
Wiederkehr, Secretário de Imprensa
da Contraf-CUT e Coordenador do Coletivo
Nacional de Segurança Bancária, estivemos reunidos com o
Prefeito, Presidente, que afirmou, naquele momento, que acionaria uma comissão
feita pelo Executivo, junto com os bancários, para que se pudesse,
definitivamente, resolver... A minha preocupação maior é com quem trabalha do
outro lado e com quem retira o dinheiro deste lado. É muito difícil. Eu moro no
Centro há 14 anos, e ali apenas um banco – não vou citar nomes – tem essa norma
do biombo, do box, que dá segurança
para os seus funcionários e, assim, para os seus clientes.
Eu venho aqui pedir para o nosso Líder do Governo,
Ver. Airto Ferronato, que nos ajude. Temos pressa, e está vindo aí a Copa do
Mundo - não apenas pela Copa do Mundo, mas também pelo tipo de crime citado há pouco por ti. É impossível
trabalhar dessa maneira! Nenhum trabalhador tem condições de trabalhar, ainda mais lidando com dinheiro. É
um dos trabalhos mais estafantes, mais difíceis. Essa pessoa sai para trabalhar
e, quando beija seu filho e sua esposa, não sabe se volta, porque, hoje, no
Brasil, trabalhar em banco é o trabalho mais perigoso. Então vamos dar ao menos
um pouquinho de segurança a essas pessoas que retiram o dinheiro e às que estão
ali para atendê-las.
Obrigado, Presidente. Conte com a gente aqui na
Câmara de Vereadores, com a nossa Bancada, o PSD – Tarciso e Bernardino.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Tarciso.
O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Boa-tarde, Presidente. Quero saudar o nosso Presidente do Sindicato,
Mauro Salles Machado, e todos os colegas bancários que estão aqui presentes.
Trago uma saudação em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores – da Ver.ª
Sofia, dos Vereadores Mauro, Comassetto e Sgarbossa. Eu venho debatendo este
tema e já tive a oportunidade de estar no Sindicato algumas vezes discutindo
esse assunto. Protocolei um conjunto de propostas inovadoras utilizando a
tecnologia, porque não é mais possível que a tecnologia seja utilizada apenas
para retirar empregos e aumentar os lucros dos bancos; não é possível que o
Itaú tenha R$ 3 bilhões de lucro num ano e não possa fazer investimento de
alguns poucos mil reais para proteger seus próprios trabalhadores.
Neste sentido, trago aqui algumas tecnologias,
sugestões, pois sei que seu pedido não é apenas de Porto Alegre, mas do Estado
inteiro. O senhor vem fazer um apelo a milhares de cidadãos que estão à mercê
não só no Rio Grande do Sul, pois esse é um assunto que está atingindo nosso
País todo, e, com medidas muito simples, os bancos poderiam encontrar uma
solução. Alguns querem, e, especialmente, eu vejo boa vontade por parte de
alguns bancos públicos, mas todo o conjunto da Febraban precisam se abrir e efetivamente
buscar soluções que funcionem tanto na guarda do recurso quanto no transporte
dos valores. Vamos precisar mexer neste conjunto de medidas, por isso gostaria
de lhe deixar aqui, Sr. Presidente, essas propostas que eu trouxe para
conhecimento e que estarão em discussão aqui na Câmara. Tenho certeza de que,
como bancário que é, o Prefeito Fortunati vai dar prioridade para a
regulamentação desse assunto, e esta Casa, com certeza, vai dar a máxima
urgência, Presidente Thiago. Peço aqui seu apoio e de todos os colegas para que
tratemos deste assunto com a máxima urgência que ele merece.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Alberto Kopittke.
A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Boa-tarde. No momento em que a segurança é um tema que aflige todos nós,
em que o medo é um sentimento comum a todos nós, creio que é muito importante
esta Tribuna Popular. Li atentamente os itens de segurança bancária no site do SindBancários do Rio Grande do
Sul e, pelo que pude entender, eles não estão sendo cumpridos. Eu sugiro que os
senhores façam parte da nossa Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, para que possamos tratar dessa
questão. Registro que a violência aumenta a cada dia e que nós estamos
assistindo a só um lado ganhar, o da bandidagem.
Então, quando não se tem policiamento ostensivo nas
ruas, é muito fácil entrar numa agência dessas e sair livremente com o produto
almejado, e ainda colocando em risco a vida dos bancários. Mas quero deixar
aqui o convite para que os senhores façam parte de uma audiência na nossa Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CASSIO TROGILDO: Boa-tarde, Sr.
Presidente, Ver. Dr. Thiago; boa-tarde, Presidente Mauro Salles. Falo em nome
da Bancada do PTB, dos Vereadores Paulo Brum, Elizando Sabino, Roni da Casa da
Sopa e deste Vereador, Líder da Bancada, Cassio Trogildo. Presidente Mauro, na
segunda-feira passada, fiz uso de um Grande Expediente onde relembrei o meu
tempo de bancário. No ano de 1984, quando ingressei no Sulbrasileiro, participei
da grande luta histórica do nosso Estado pela conquista do Banco Meridional. Lá
fiquei por 11 anos, onde fui representante funcional do Departamento de Crédito
Rural, e, inclusive, militamos juntos. Tive a oportunidade de receber o
Presidente Juberlei, que também é do Banco Meridional, junto com o Ademir,
quando estava na Secretaria de Obras. Eles foram lá tratar conosco sobre um
projeto de lei que tramitou nesta Casa que tratava das fachadas protegidas e
blindadas. Parece-me, infelizmente, que houve uma ação da Febraban que não
permitiu que elas fossem implantadas.
Então, queremos nos
solidarizar com essa luta, e, se tiver que ser por iniciativa do Congresso
Nacional, que esta Casa possa ajudar, nesse grande caminho, na construção de um
projeto junto ao Congresso Nacional, buscando mais segurança aos trabalhadores
bancários e para os usuários desse sistema tão importante para a nossa Nação,
para o nosso Estado e para Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado e sucesso.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Dr.
Thiago; amigo Mauro Salles, já tivemos um contanto. Sindicalista
Mauro Salles, aqui o PDT tem sua cabeça no nosso Prefeito, que foi sindicalista
em seu sindicato. Elaboramos uma proposta de um estatuto da segurança bancária,
o qual levei ao seu sindicato – fui muito bem atendido pelo senhor –, assim
como levei também cópias ao Sindicato dos Vigilantes, à Polícia Civil e ao
nosso Secretário Estadual de Segurança, inclusive também ao nosso Secretário
Municipal de Segurança. Eu, como policial civil – inclusive já fiz parte de uma
equipe especial de combate a assalto a bancos no Interior – tenho, nesse estatuto,
um pouquinho da minha experiência como policial e também como um agente
acolhedor de funcionários de bancos logo após o assalto. Vimos, em diversas
situações, diversas oportunidades, que, muitas vezes, o bandido, o assaltante
entra com o nome do tesoureiro ou com o nome do gerente e que, muitas vezes,
sabe a localização da casa de parentes dos funcionários bancários. Então
tentamos, dentro desse estatuto, além da segurança bancária, humanizar essas
agências para que, além da segurança, os funcionários de banco tenham o
sentimento de estar seguros e felizes nos seus locais de trabalho.
Estamos abrindo aqui um grande debate. Gostaria que
os colegas desta Câmara estivessem junto e que esta Câmara fosse uma das
primeiras a debater junto com o Sindicato dos Vigilantes, Sindicato dos
Bancários, Sindicato dos Bancos, Federação dos Bancos, Polícia Civil, Brigada
Militar, para que possamos ampliar o leque de debates, para que esta Casa faça
uma lei que tenha coerência nos aspectos das buscas do que nós queremos. E o
que nós queremos? Segurança aos funcionários de banco, segurança a quem
frequenta os bancos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente; Sr. Mauro Salles, Presidente do
Sindicato dos Bancários; colegas bancários – alguns de várias lutas – que estão
aqui na Câmara na tarde de hoje. Trago a saudação em nome do PSOL, do Ver.
Pedro Ruas, e a minha, não só como Vereadora desta Cidade, mas como colega
bancária – eu sou licenciada, mas sou bancária do Banrisul.
Farei três colocações para ajudar nessa luta:
primeiro, que vi um amplo apoio, de todas as Bancadas, à luta trazida pelo
Presidente Mauro Salles. Eu acho que a Câmara poderia aprovar uma Moção pelo
cumprimento dessas legislações que foram apontadas, como, por exemplo, porta de
segurança, biombos e a sua regulamentação, vigilância eletrônica, vidros
blindados, e mandá-la para o Governo Municipal, Estadual e todos os bancos do
nosso Município para referendar a luta e ser uma posição oficial da Câmara de
apoio ao cumprimento da legislação e, sobretudo, da segurança dos bancários.
Assusta que os bandidos, muitas vezes, saibam onde
moram os bancários, saibam das famílias; assustam os métodos utilizados, ao
mesmo tempo em que, se a legislação fosse cumprida, nós poderíamos garantir
mais segurança aos bancários e aos clientes dos bancos. Ao mesmo tempo em que
essa legislação não é cumprida, nós tivemos, só no ano de 2012, um lucro de R$
49 bilhões do Bradesco e do Itaú, enquanto os salários dos bancários é uma
vergonha, enquanto as metas são inatingíveis, enquanto os bancos públicos e
privados devem um plano de carreira para a categoria. No nosso caso, o Banrisul
teve uma bela assembleia, os bancários vão à luta para conquistar o seu plano
de carreira. Enquanto uma série de questões salariais são lutas da categoria,
os bancos têm lucro recorde e, ao mesmo tempo, sequer a segurança dos nossos
colegas bancários é garantida.
Então, queria colocar a nossa Comissão à
disposição. Eu sou Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos
Humanos e Segurança Urbana, e podem contar com o nosso apoio nessa luta pela
segurança e em todas as lutas da categoria valorosa dos colegas bancários.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Fernanda.
O Ver. Clàudio Janta está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento, pelo Governo.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Por incrível que pareça, eu falo pelo Governo. O Ver. Ferronato, Líder
do Governo, cedeu-me este aparte. Eu estava nervoso para falar aqui, mas não
poderia me furtar, como dirigente sindical, de falar para uma categoria sofrida
como a dos bancários, porque, a cada dia, os seus empregadores buscam mais e
mais lucros, diminuindo, assim, as condições de trabalho e de segurança dos
bancários em Porto Alegre. Eu acho que a Fernanda falou muito bem, acho que
temos que exigir que essas leis sejam cumpridas. Também já convido o Sindicato
dos Bancários a participar da Frente Parlamentar de Apoio ao Trabalho Decente,
que esta Casa está criando. Essa frente parlamentar vem para discutir todas as
questões do mundo do trabalho e da segurança, não somente a dos bancários, mas
também a que os clientes, hoje em dia, sofrem. A marginália, como disse a Ver.ª
Mônica, cada dia vem ganhando mais. Antes, era o Banco24Horas, passaram para os
postos de gasolina e, agora, estão nos pequenos mercados.
Então, eu acho que é importantíssimo esta Casa discutir
e é importantíssimo que as entidades sindicais venham aqui e exponham a
realidade do dia a dia de um operário, de uma pessoa que ajuda esta Cidade a
crescer e que vê a sua vida ameaçada por pessoas e pela ganância dos
empresários, principalmente do setor bancário, que é um dos que mais lucram
neste Brasil, é um dos que mais ganham com spread
e com juros. Então, estamos juntos para ajudar a resolver essas questões.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sr. Mauro, colegas, funcionários bancários – eu chamo de
colegas, mas nem todos são funcionários públicos; a maioria aqui trabalha em
bancos públicos, obviamente –, falo em nome da oposição. Apenas quero
acrescentar às palavras de tantos Vereadores aqui que nós compreendemos que
esta é uma das profissões mais aviltadas com a modernidade. Eu diria que o
setor bancário tem problemas com a substituição das pessoas, do funcionário
físico, com a superexploração, com a tensão por produtividade, com toda a
segurança, com todo o clima tenso. Nós vivemos várias outras histórias aqui – o
Mauro relatou algumas – que nós acompanhamos, de pessoas que são buscadas em
casa para abrir bancos para serem furtados recursos. Acompanhamos a luta dos
bancários e, principalmente, a grande luta para que esses lucros exorbitantes
em parte, pelo menos, de fato voltem ao trabalhador e principalmente ao setor
produtivo, para gerar trabalho. Então, nós sabemos que a luta dos bancários
obviamente não é uma luta apenas da bancária, do bancário, da sua condição, mas
tem a ver com o modelo de país que nós queremos, modelo de sociedade e justiça
social, mas temos que reconhecer a pressão que vocês sofrem, a dificuldade de
enfrentar esses poderosos. Nós aqui já vivemos várias situações com o tema
carro-forte; a gente passa pela rua e vê que não há jeito de se adequarem, não
há jeito. Então, parabéns ao Sindicato dos Bancários, sempre uma grande
liderança, uma instituição liderança da luta dos trabalhadores, mas que tem
esse olhar especial para esses trabalhadores e merece, sim, todo o nosso apoio.
Parabéns, força nessa luta.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro Mauro, Presidente do Sindicato dos Bancários, digo da importância
de tê-los conosco – o senhor aqui está nos acompanhando –, e sempre é bom
recebê-los, ouvir as demandas e até poder ajudar nos encaminhamentos delas, até
porque a segurança no estabelecimento bancário é uma segurança que compreende
muito o bancário, mas ela também é um ato que se faz em nome da cidadania, do
cidadão e da cidadã. Por isso estamos aqui, em meu nome e no de minha Bancada,
o PSB – minha e do Ver. Paulinho Motorista –, trazendo um abraço e dizendo que
estamos solidários com essa nossa luta. Um abraço e obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Caro Presidente Mauro Salles, como tínhamos
conversado tanto na audiência aqui quanto na cerimônia comemorativa no próprio
SindBancários, a gente tinha certeza de que todas as Lideranças desta Casa
iriam se associar a essa causa, que é muito justa e que, sem dúvida nenhuma, acaba
interferindo na vida cotidiana e rotineira de todos nós, que é a questão da
segurança no banco. Então, acho que temos aí, como a Ver.ª Fernanda Melchionna
e outros Vereadores trouxeram, um amplo caminho para trilharmos juntos no
sentido de poder oferecer mais tranquilidade ao trabalho do bancário, mais
qualidade de vida e, por que não dizer, qualidade de vida ao cidadão e à cidadã
deste Estado.
O Sr. Mauro Salles Machado está com a palavra para
as suas considerações finais.
O SR. MAURO
SALLES MACHADO: Em nome da categoria bancária, a gente agradece
este espaço. Não foi a primeira em que estivemos aqui para tratar desse tema,
tenho certeza de que não será a última. Eu acolho, agradeço e vou cobrar, em
nome da categoria, uma audiência pública, pois eu acho que é importante
inclusive chamar os bancos, porque eles têm que vir aqui dar satisfação para a
sociedade. Para vocês terem uma ideia, 18 bancos foram multados pela Polícia
Federal em R$ 5,5 milhões. Dezoito bancos foram multados por descumprimento da legislação
federal – só este ano, pessoal, em quatro meses, praticamente. Na greve dos
vigilantes, agências estavam abrindo sem vigilantes; o Sindicato teve que ir
para Justiça impedir que os bancos assim o fizessem. E conseguimos: o Juiz do
Trabalho multou algumas agências de banco dando um dia de trabalho aos colegas
bancários. Enfim, precisamos ir para Justiça para botar um biombo... Esta Casa
e o Governo Municipal tiveram que ir até as últimas instâncias para garantir a
lei que obriga a instalação de porta de segurança, porque os banqueiros
recorreram até a última instância; isso não pode ocorrer. E gostaríamos do
apoio desta Casa, que é exemplar nesse quesito; aqui se legisla sobre o
assunto, leis avançadas, como eu disse. Agora, queremos cobrar do Executivo
Municipal que fiscalize. Nós temos que enquadrar os bancos. Não é possível que
eles não coloquem as portas adequadamente. A própria vigilância eletrônica, na
maioria das agências, não funciona, os HDs, inclusive algumas câmaras. Enfim,
queremos apoio para fiscalizar, porque eu tenho certeza que poderíamos evitar
pequenas e grandes tragédias se as legislações fossem cumpridas. Obrigado e até
próxima. Com certeza, viremos aqui continuar esse debate.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Agradecemos a presença do Sr. Mauro Salles,
representante do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região –
SindBancários.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h1min.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 15h2min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos ao
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, eu queria fazer um encaminhamento a esta Casa: que se
pedissem esclarecimentos ao Secretário da Saúde, porque, no fim de semana, ele
disse que os seus inimigos perdem tempo. Em primeiro lugar, aqui nesta Casa
ninguém é inimigo de ninguém. Nós somos legisladores das causas que defendemos
na campanha, principalmente dos interesses do povo. Aqui ninguém é inimigo de
ninguém! Isso aqui não é clube de futebol e nós não estamos em guerra para
termos inimigos, até porque, se alguém é inimigo de alguém, é o Secretário, que
prometeu construir quatro UPAs – não construiu nenhuma – e há filas de pessoas
esperando por cirurgias. E principalmente quando o Secretário diz que, na
atividade dele, a de Secretário, com certeza trabalha mais que os Vereadores e
que os médicos, ainda nos chamando de vagabundos e os médicos também, de que
trabalham pouco. Então, eu acho que esta Casa deve pedir que o Secretário
esclareça essas questões, já que ele disse que nós somos inimigos. Ninguém aqui
é inimigo ninguém. Volto a reafirmar: nós defendemos os interesses do povo. Ele
acha que trabalha mais que os Vereadores e que os médicos em Porto Alegre, que,
geralmente, são impedidos de operar, são impedidos de atender as pessoas, já
que quem atende são os enfermeiros.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Vereador, eu já recebi um pedido de desagravo das
Vereadoras mulheres que foram citadas na matéria a que o senhor fez alusão, e,
até o final da Sessão, eu vou me pronunciar nesse sentido.
O Ver. Mario Manfro está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. MARIO
MANFRO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; colegas, todos que nos ouvem,
primeiramente, eu gostaria de agradecer, de público e aqui na tribuna, por
todas as manifestações de carinho que recebi no dia de ontem e que, no dia de
hoje, ainda continuo recebendo em virtude do meu aniversário, transcorrido
ontem. Então, eu quero agradecer a todos. Isso nos deixa bastante felizes,
porque mostra que mantivemos velhas amizades e estamos cativando novos amigos.
Acho que, ao fim e ao cabo, são poucas as coisas tão importantes quanto uma boa
amizade. Agradeço a todos que se manifestaram em virtude do meu aniversário.
Ontem, aqui neste Plenário, ocorreu a Convenção
Estadual do PSDB, meu Partido. Quero dizer que foi um evento grandioso; vieram
representantes de todo o Estado. Quero, principalmente, parabenizar os dois
candidatos, as duas correntes, as duas chapas: a chapa 1, presidida pelo
Deputado Estadual Adilson Troca; e a chapa 2, representada pelo Deputado
Federal Nelson Marchezan Júnior, este até então Presidente do Diretório
Estadual. A Convenção transcorreu de forma harmoniosa. Realmente, acho que quem
saiu ganhando foi a democracia interna do PSDB. Quero desejar muita sorte, luz
e sabedoria ao Deputado Estadual Adilson Troca na condução do nosso Partido nos
próximos anos.
Neste período de Grande Expediente, eu quero tocar
em um tema que para mim é recorrente, estou sempre falando sobre isso e vou
continuar falando enquanto não houver uma solução para o problema da Saúde
Bucal em Porto Alegre, que é um problema histórico, não é deste Governo, é um
problema que se estende há muito tempo. A Odontologia foi ficando em segundo
plano. Eu sei que cada Vereador tem suas bases e a sua maneira de atuar, mas eu
vejo aqui muitos que, como eu, atuam nas periferias, nas comunidades mais
vulneráveis, com menor poder aquisitivo, e nós que
vamos até essas comunidades percebemos a carência, o quão grave é o problema da
saúde bucal em Porto Alegre. Porto Alegre é conhecida como cidade-sorriso, mas,
se formos a esses locais, o que menos conseguiremos ver serão pessoas sorrindo
com a totalidade dos seus dentes.
Volto a dizer: alguns
avanços significativos estão sendo feitos; houve abertura de concurso público
para cirurgião-dentista, depois de muito tempo; e está em vias de vir a esta
Casa um projeto que estamos trabalhando junto à Secretaria Municipal da Saúde e
junto ao próprio Vice-Prefeito, Sebastião Melo, que já nos recebeu duas ou três
vezes. E eu me atrevi a dizer ao nosso Prefeito que a totalidade da Casa votará
a favor deste projeto, porque eu conheço a índole desta Casa. O projeto é para
abertura de concurso público para cirurgião-dentista especialista. Hoje, Ver.ª
Mônica Leal, só existe concurso para cirurgião-dentista. E existe o Centro de
Especialidades Odontológicas – CEO. O que acontece hoje? A rede pública pega um
cirurgião-dentista que passou no concurso e que é especialista e o coloca para
atender como especialista, mas sem nenhuma remuneração a mais por isso. É certo
que a legislação federal não exige – o que eu acho um erro – que, no CEO, os
pacientes sejam atendidos por especialistas. É assim, embora eu não ache certo,
porque o especialista tem muito mais condições de atender, por exemplo, um
tratamento de canal, Ver. Comassetto - que é um tratamento muito mais
sofisticado, demorado –, muito mais rapidamente do que um cirurgião-dentista ou
clínico-geral. Então, ganharíamos em tempo.
O número de cirurgiões-dentistas,
hoje, em Porto Alegre, entre municipários e municipalizados, somando os dois,
atinge aproximadamente 200 profissionais, o que dá uma
média de um cirurgião-dentista para quase 10 mil habitantes. A Organização
Mundial de Saúde apregoa que seja - claro que esse é o índice ideal - um
cirurgião-dentista para cada 1.500 pessoas. Então, veja aí: está clara a
defasagem que existe neste sentido.
O Sr. Engº Comassetto: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Manfro, creio que todos nós temos
recebido das comunidades o pedido para que profissionais da Saúde atuem lá nos
postos de saúde, nos Postos de Saúde da Família. Particularmente, eu tenho
recebido várias queixas nesse sentido – vou falar assim no genérico – nos
postos de saúde.
E trago aqui,
inclusive para o senhor, que é Líder do Governo – e já peço que o Secretário
Casartelli possa nos responder: um Promotor de Justiça que esteve lá na
Restinga – na sexta, teve a posse lá do Comando da Brigada – veio me pedir que
fizéssemos aqui um pronunciamento nesse sentido, e o senhor está exatamente
fazendo isso, está falando da carência de cirurgiões-dentistas na Restinga e no
Extremo-Sul. Então, eu quero fazer esse registro e já acenar também ao
Secretário Casartelli para ouça esse seu pronunciamento, para que nós possamos
resolver esse problema. Muito obrigado.
O SR. MARIO MANFRO: Obrigado pelo aparte.
Realmente, é uma questão muito grave, muito importante, porque a comunidade que
não consegue pagar um atendimento particular, ao ir A um posto de saúde, ela
está... Porque o cirurgião-dentista, às vezes, tem essa dificuldade de...
Porque não mata, acho que esse é o problema - não, o problema, não, é bom que
não seja assim, mas é por isso que vai ficando numa situação secundária. Eu
pergunto a vocês: você chega num posto de saúde com dor de dente – tomara que
nenhum de vocês tenha sentido, mas quem já sentiu uma dor de dentro sabe como é
– e aí, para tratar uma dor de dente, só há três alternativas: ou extrai o
dente, que é o que, infelizmente, mais acontece; ou se faz um tratamento de
canal; ou se faz um tratamento endodôntico. Para fazer um tratamento de canal,
o posto de saúde vai referenciar essa pessoa que foi buscar o atendimento para
um CEO – para um Centro de Especialidade Odontológica, Ver. Paulo Brum –, e essa
pessoa vai ser atendida, se tiver sorte, um, dois, três meses depois. E eu
desafio alguém a ficar dois, três meses com dor de dente. E, se passar a dor de
dente daqui a três meses, esse dente já quebrou e a pessoa está sem o dente,
está com a sua autoestima abalada.
Então, admira-me, inclusive, que todos os Governos,
historicamente, não deem a devida importância para isso! E agora nós vamos ao
Governo Federal, Ver. Comassetto, que também tem as suas mazelas. Antes de
ontem, eu estive no bairro Mario Quintana, e uma senhora veio me perguntar:
“Ah, o senhor é dentista? Eu preciso colocar uma dentadura. Fui ao Conceição,
mas me disseram que vai demorar mais ou menos um ano e meio”. Então, esse é o
problema. O problema é que, tanto em nível federal, municipal, estadual, tem
muito a ser feito na questão da saúde bucal. Infelizmente, aqui eu sou o único
cirurgião-dentista e às vezes me torno repetitivo. Eu mesmo me sinto recorrente
na matéria, sempre argumentando da mesma maneira, mas este é realmente o meu
intuito: chamar a atenção dos Governos, chamar a atenção da Secretaria de
Saúde, que tem feito – eu quero fazer esse registro – muita coisa no que diz
respeito, por exemplo, ao equipamento odontológico, que melhorou cem por cento,
e também com a abertura do concurso público para cirurgião-dentista. Só que, na
hora da contratação, contrataram, Ver. Mario Fraga, nove cirurgiões-dentistas,
o que é muito pouco; claro que se formou uma lista de espera, claro que
melhorou fazendo concurso público, claro que aí nós vamos entrar naquela velha
discussão de se é problema de gestão ou é falta de recurso, claro que não tem
dinheiro para tudo, mas o meu pedido é que se priorize a Odontologia, pois a
Odontologia não é apenas estética, não é apenas para pessoa poder... E, quando
eu digo apenas, é porque é muito importante.
Se um de vocês estivesse sem um incisivo central,
hoje vocês não estariam no plenário, vocês não teriam coragem de sair de casa,
eu tenho certeza disso. Mas por que a população mais carente pode buscar um
emprego sem os dois dentes da frente? Isso é algo que tem que mudar, temos que
dar a devida importância a isso. Isso sem falar que a saúde começa pela boca,
isso sem falar que, se tu não fizeres a mastigação correta, podes ter problemas
gastrointestinais; se não for feita uma higiene adequada, se não for feita uma
raspagem periodontal, tu podes ter uma endocardite, que é um problema cardíaco.
Enfim, a Odontologia é saúde e tem que ser encarada por esse princípio e com
essa importância.
Agradeço pelo tempo a mim dispensado e clamo aos
governantes e aos meus colegas aqui que, quando esse projeto vier – que já vai
ajudar muito, pois é um projeto que pelo menos vai instituir o concurso público
para dentista especialista, vai ajudar muito a nossa população –, os senhores o
apoiem. O meu discurso não é um discurso classista, é um discurso para a
população mais carente, é um discurso, por exemplo, para aquela adolescente que
caiu de bicicleta e precisa, com 19 ou 20 anos, buscar um emprego, que não tem
o dente da frente e não tem condições de consertar isso porque não tem recurso
financeiro. O Estado tem que proporcionar a essas pessoas a volta da
autoestima, da dignidade, para que possam, em igualdade de condições, pleitear
um espaço no mercado de trabalho. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(A Ver.ª Sofia Cavedon assume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Mario Manfro, quero, na condução dos
trabalhos, aproveitar o ensejo e a oportunidade para abraçá-lo publicamente. És
uma pessoa querida, amada, e, apesar de pertenceres a um Partido com o qual
temos tantas diferenças, eu posso reconhecer o ser humano que tu és e que
aprecio muito.
O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sra. Presidente, Ver.ª Sofia
Cavedon;
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quero aproveitar este Grande Expediente para
falar a respeito de várias questões em que temos participado durante este ano.
Primeiro, gostaria de responder ao Ver. Airto Ferronato, por quem tenho o maior
apreço, porque achei um pouco fora do comum, desta tribuna, na semana passada,
a seguinte fala no debate acalorado: “O Ver. Mauro Pinheiro defende os
interesses dos supermercados”. Realmente, o Ver. Airto Ferronato falou isso da
tribuna! E quero dizer que, assim como o Ver. Mario Manfro, no período de
Grande Expediente, veio aqui defender a Odontologia, especialidade em que ele
tem a sua carreira, tem toda uma relação e faz a defesa de um setor que conhece
bem, o setor de supermercados é o setor de que eu participo há mais de 20 anos,
em que tenho conhecimento e uma relação muito grande? Faço a defesa de vários
projetos relacionados ao supermercado, pois conheço a matéria. Realmente faço a
defesa e me orgulho de, muitas vezes, vir a esta tribuna defender projetos
relacionados a este tema, inclusive discutir e passar a experiência que tenho
nesta pauta. Portanto, para mim, Ver. Airto Ferronato, não tem problema algum V. Exa. dizer isso
desta tribuna, porque realmente tenho uma relação muito grande com o setor e
continuarei fazendo essa defesa, assim como defendo a microempresa, a pequena
empresa, os empreendedores, por presidir, inclusive, a Frente Parlamentar em
Defesa da Micro e Pequena Empresa. É um setor que conheço e sei que gera
bastante emprego e renda ao Município. Peço a V. Exa. que diga, ao
entrar em um supermercado: “Tem um Vereador que defende vocês lá”. Vou
agradecer.
Assim como defendo a comunidade, e quero
parabenizar a Cohab Rubem Berta pelo seu aniversário ontem – o Presidente da
Câmara esteve lá, o Ver. Alceu Brasinha também, o Dep. Adão Villaverde –, pelos
26 anos da Cohab Rubem Berta. Parabenizo a Cohab Rubem Berta pelos seus 26
anos, ontem, com uma grande festa na avenida, merecedora de todas aquelas
pessoas que com tanto sacrifício estão lá, lutaram pela sua moradia, estão lá
buscando, a cada dia, mais melhorias para a nossa comunidade.
Quero falar também sobre alguns fatos que
às vezes a gente tem certa dificuldade de entender. No domingo retrasado, foi publicada uma matéria da jornalista Rosane
de Oliveira, no jornal Zero Hora, que trazia uma informação importante para o
nosso Município, pois falava que a Prefeitura estava investigando a própria
Prefeitura. Dizia a matéria que o Prefeito Municipal havia determinado
inspeções para detectar irregularidades em Secretarias como a SMOV, a SPM, e
agora a PROCEMPA; inclusive a jornalista falava que os relatórios de inspeção
da SMOV e da SPM já estariam prontos e estariam iniciando o da PROCEMPA. No
texto, ela diz que, depois da SMOV e da antiga Secretaria de Planejamento, a
PROCEMPA seria o próximo alvo.Acho até interessante que o Prefeito esteja
procurando ver as irregularidades na Prefeitura. Na PROCEMPA, inclusive, ela
não fala em "possíveis" irregularidades, a jornalista fala em
irregularidades existentes na PROCEMPA. Achei um pouco forte uma jornalista
conceituada como a Rosane de Oliveira dizer, com tanta certeza, que há
irregularidades.
Também fiquei
um pouco sem entender e quero pedir novamente a ajuda do Ver. Airto Ferronato
quanto ao fato de a Rosane de Oliveira dizer que ela já tinha as informações e
os documentos da inspeção da SMOV e da SPM, pois este Vereador fez um Pedido de
Informações e até agora não recebeu uma resposta, Ver. Professor Garcia; no entanto,
a jornalista já tem e já está noticiando. A Casa legislativa, a Câmara
Municipal, não recebe as informações; pede, mas não recebe, e a imprensa recebe
e notícia! Eu gostaria de entender por que, Ver. Ferronato, Líder do Governo,
eu não recebo as informações solicitadas e a jornalista recebe. Se houver
alguma dificuldade de me entregar todo o meu Pedido, que me entreguem só o que
mandaram para o jornal Zero Hora, ficaria contente de receber os mesmos
documentos que a jornalista recebeu, assim poderia começar a entender o que se
passa nessas Secretarias.
O gesto do Prefeito é
louvável, só que, na minha opinião, ele está se adiantando a algo que vai
acontecer de qualquer forma, pois o Ministério Público federal e o estadual, a
Polícia Federal e o Tribunal de Contas do Estado já estão investigando. Então,
o Prefeito se adianta, abre sindicância, forma um grupo de trabalho para
investigar algo que já vai acontecer ali na frente. O Prefeito
tenta adiantar algumas coisas que, com certeza, vão estourar em breve. E as
possíveis irregularidades têm acontecido desde o início deste Governo, Ver.
Alberto Kopittke – o senhor, que chegou agora –, desde 2005. Então, eu fico
estranhando um pouco o porquê dessa tentativa.
O Sr. Engº
Comassetto: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro, quero
cumprimentá-lo por trazer o tema a debate e dizer que a nossa Bancada tem se
antecipado nesses temas, inclusive sugerido ao Prefeito providências para que
conserte os problemas que acontecem dentro da sua gestão e nas Secretarias, mas
isso não tem sido levado em consideração. Depois que os problemas estourarem,
podem pegar todas as notas taquigráficas, pois esses problemas já estão aqui
registrados e há os Pedidos ao Sr. Prefeito Municipal. Muito obrigado.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Muito
obrigado pela contribuição, Ver. Comassetto. Inclusive eu tenho até uma forma
de expressar isso aí, Ver. Paulinho Motorista. Eu diria que a Prefeitura, de
2005 a 2013, vem armando uma série de bombas retardatárias que estão prestes a
explodir, Ver. Alberto. Parece que essas bombas, que foram largadas no caminho
de 2005 a 2013, estão prontas para explodir. Qualquer movimento, e vão começar
a estourar. Eu diria que essas bombas seriam, por exemplo: o caso Sollus, o
caso Reação, na Saúde; o caso do assassinato do ex-Secretário Eliseu Santos,
até então não esclarecido; o ProJovem, que já tem dois ex-Secretários da
Juventude na condição de réus; o caso do convênio da Prefeitura com o Instituto
Ronaldinho Gaúcho, em que este Vereador entregou material ao Ministério Público
federal, estadual, Polícia Federal, e que está sendo investigado; o caso do
rompimento do Conduto Álvaro Chaves – na semana passada, tivemos um grande
debate nesta Casa –, que também deixam uma série de dúvidas e logo vão
estourar. Temos várias situações, na Carris, com diretores que assumiram e que
caíram, várias suspeitas de irregularidades; temos outras graves denúncias
envolvendo o DMLU, temos lido, nos jornais, irregularidades sobre a SMOV, sobre
a SPM. E temos as irregularidades, como a própria Rosane disse, da PROCEMPA.
Então, temos muitas bombas prontas para explodir, Ver. Tarciso, é só questão de
tempo, parece que o inferno astral da Prefeitura vai crescendo.
Temos também várias questões ainda envolvendo o
DEP. A oposição não sabe nem em qual bomba vai trabalhar, porque são várias por
explodir a qualquer momento.
E, hoje de manhã, fomos surpreendidos por mais
uma bomba que nem esperávamos: a do Meio Ambiente. Inclusive há um Secretário
de Estado e um Secretário Municipal envolvidos. Há várias pessoas e empresários
envolvidos em um caso que, até agora, não estava no debate. Ou seja, mais um
caso que está para explodir: a questão da SMAM. Nem sabemos o que aconteceu,
mas sabemos que há um Secretário Municipal e um Estadual, na Polícia Federal,
dando explicações. Então, está aí o inferno astral da Prefeitura, Ver. Airto
Ferronato.
O Sr. Airto
Ferronato: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. traz aqui uma
série de temas que nós vamos tentar aos poucos ver como encaminhamos. Mas eu
vou falar, inicialmente, sobre a primeira questão, quando V. Exa. falou na
defesa de interesses dos supermercados. Também acho positivo, não tenho nada
contra, acho interessante. Se foi o tom do meu discurso, se foi uma agressão, peço desculpas a Vossa Excelência. Talvez,
na emoção do discurso, a gente fale um pouco mais alto e transpareça outro
sentimento. Na verdade, eu apenas dizia
que cada um de nós tem uma visão de cidade e encaminhamos por isso. Eu,
particularmente, estive com V. Exa. tratando sobre supermercados, sou altamente
favorável à demanda e estou junto com Vossa Excelência. Portanto, se foi alto
demais, desculpa, meu amigo Vereador.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Com
certeza, Ver. Airto Ferronato; tenho a maior estima por sua pessoa. Muitas
vezes, passamos um pouco do limite, nesta tribuna, pelo afã de chegarmos a
questões mais relevantes.
Continuando no meu raciocínio, temos várias
questões nesta Casa que temos que tratar com carinho, pois acho que a ninguém
interessa a corrupção. Esta Casa e estes Vereadores que aqui estão têm que
trabalhar sempre na fiscalização do uso do dinheiro público, Ver. Tarciso,
porque não dá mais para continuar todo dia abrindo os jornais e vendo denúncias
de corrupção, seja em que esfera de governo for. Nós aqui temos obrigação de
fiscalizar, vou continuar a fazer isso, espero que o Governo responda sempre
aos meus Pedidos de Informação para que a gente tenha subsídio para poder
exercer a nossa atividade de fiscalização. Tenho Projeto aprovado sobre a
transparência, o Portal Transparência, aprovado em 2012 e sancionado pelo
Prefeito. Eu espero que, em breve, as empresas Carris, PROCEMPA e EPTC façam
parte do Portal. Então, esperamos avançar no combate à corrupção, e este
Vereador sempre fará isso.
Também quero falar rapidamente – o nosso tempo
já está se esgotando – sobre o Araújo Vianna. Uma fala do Secretário de Cultura
no jornal chamou-me a atenção sobre o Araújo Vianna. Ele diz o seguinte (Lê.):
“Não estamos aproveitando todas as datas disponíveis porque isso requereria uma
capacidade de investimento que não temos. Quando a secretaria necessita usar o
espaço, tem alguns compromissos previstos em contrato que acabam gerando um
ônus um pouco elevado. Quando nós aproveitamos o espaço, os eventos serão
sempre gratuitos. Estamos perseguindo uma forma de patrocínio – já temos até a
empresa que demonstrou interesse – para os custos que o auditório exige quando
a Secretaria utilizar os espaços de manutenção”. Então, com essa manchete que
li sobre o Secretário de Cultura falando sobre o Araújo Vianna, eu lembrei que,
no ano passado, nós tivemos um evento em que as creches iriam utilizar o Araújo
Vianna. Elas não poderiam utilizá-lo porque não tinham dinheiro para pagar o
aluguel do Araújo Vianna. Então, hoje, para o Araújo Vianna, que é nosso, que é
do Município, foi feito um contrato, e eu também já pedi um Pedido de
Informações sobre o contrato, mas ainda não recebi resposta – peço ao Ver.
Ferronato que me ajude para que esse contrato venha – porque, pela fala do
Secretário de Cultura, o Araújo Vianna, que é nosso, quando vai ser utilizado,
a Prefeitura tem que pagar para utilizar um espaço que é do povo. Eu não
consigo entender isso. Eu espero receber esse contrato para tentar entender
isso e que eu esteja errado. Não faz sentido, Ver. Tarciso, o Araújo Vianna,
que é nosso, a Prefeitura fazer um contrato com uma instituição, com a Opus, e,
quando queremos usá-lo, termos que pagar. Eu não consigo entender como temos
que pagar para usar um espaço que é público, e a Prefeitura acaba não
utilizando porque não tem recurso para pagar. Isso quem diz não sou eu, mas o
Secretário de Cultura, e fica difícil de entender. Muito obrigado. Um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE
(Sofia Cavedon): Estão presentes no plenário desta Câmara, participando
do projeto Sessão Plenária dos Estudantes, cinco alunos do Centro Cultural
James Kulisz, acompanhados pelos professores Ana Cristina Assunção e Tatiane
Tomazoni. É o nosso Memorial da Casa com o Projeto de Educação Política. Sejam
bem-vindos à nossa Casa!
O SR. PEDRO
RUAS: Ver.ª Sofia Cavedon, eu e a Ver.ª Fernanda Melchionna estamos
apresentando um pedido de formação imediata de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito e iremos colher a assinatura dos colegas também de imediato. Temos
agora informação, pela imprensa, de que já está sendo formada essa mesma
Comissão na Assembleia Legislativa. Achamos imprescindível que a CPI ocorra, em
função da surpresa de todos com as revelações da Operação Concutare, e, a
partir de agora, nós precisamos, Vereadores e Vereadoras de Porto Alegre, saber
a extensão dos danos e os responsáveis que se beneficiaram com tudo isso.
Requeiro Comunicação de Líder pelo PSOL para esclarecer melhor da tribuna.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Acolho, então, a informação; acolhemos todos nós,
porque ainda haverá a coleta de assinatura.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO
RUAS: Ver.ª Sofia Cavedon,
Vereadoras, Vereadores, público que nos assiste, falo aqui em meu nome e em
nome da Ver.ª Fernanda Melchionna em Tempo de Liderança do PSOL.
Todos nós – todos – ficamos surpresos,
negativamente surpresos, com os episódios descritos pela imprensa a partir das
6h30min da manhã, no dia de hoje. A Operação Concutare, da Polícia Federal,
chegou a conclusões extremamente graves em relação à questão ambiental no
Estado e na Capital. Na verdade, o que se tem, principalmente pela coletiva
dada pela Polícia Federal do meio para o final da manhã, é que venderam a
natureza no Estado e na Capital. E é muito grave isso. A nossa geração passa a
ser, Ver.ª Melchionna, responsável por danos que talvez não possamos sanar!
Podem não estar
ao nosso alcance as medidas que diminuiriam o bárbaro impacto ambiental causado
pelas negociatas realizadas.
A imprensa falava agora – há cinco minutos –,
através dos rádios, na Comissão imediata que se forma na Assembleia. É o
momento de nós, em Porto Alegre, também agirmos dessa maneira, Ver. Ferronato.
Por quê? Porque nós somos os representantes do povo de Porto Alegre, de forma
plural, de forma democrática, e a corrupção não é um assalto, ela é sempre uma
transação bilateral: para alguém ganhar fora, alguém tem que facilitar dentro;
isso em qualquer administração, em qualquer esfera de Poder - municipal,
estadual, federal.
Alguns dados, Sra. Presidente, Ver.ª Sofia
Cavedon, não estão claros, como, por exemplo: quem foi beneficiado? Nós temos
um Secretário Municipal preso neste momento! Nós temos um Secretário Estadual
preso! E nós não sabemos quem se beneficiou.
Vereador Mario Manfro, alguém ganhou com isso.
Foram mais de quarenta licenças irregulares em Porto Alegre! Falam em mais de
cem no Estado! Alguém ganhou. E essa informação que não está sendo divulgada
somente uma Comissão Parlamentar de Inquérito pode exigir. E necessita exigir,
porque eu posso imaginar, com todo o direito e obrigação de quem tem mandato na
Cidade, que a mesma empresa que está ali envolvida numa fraude está, acolá, num
outro negócio. Talvez lícito, talvez ilícito; talvez tenha participado de uma
licitação pública, talvez não. Eu não sei quem é.
Não existe corrupção sem interesse do corruptor.
Não existe, no mundo inteiro. Na história da humanidade, não existe isso!
Então, nós temos que saber que estamos num momento dramático da vida de Porto
Alegre e da vida do Estado e com os olhos do País voltados para nós. Nós
estamos trabalhando, neste momento, sem saber a extensão do prejuízo ambiental
e a extensão dos problemas que enfrentaremos. E o grau de responsabilidade que
temos, neste momento, é proporcional a isso.
Por isso, Presidente Sofia Cavedon, caras
Vereadoras, caros Vereadores, eu e a Ver.ª Fernanda Melchionna pedimos, humildemente, que nos deem a
chance, a todos nós, de cumprirmos, todos juntos, com a nossa obrigação de
investigarmos a fundo a extensão do dano, os responsáveis, quem se beneficiou e
de que maneira. Se é que existe, Porto Alegre pode ser indenizada. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Pedro Ruas, Ver.ª Fernanda, eu
gostaria de ser a próxima signatária da CPI.
O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, venho a esta tribuna até por uma obrigação em respeito ao nosso
colega Presidente do PSD da capital, Nelcir Tessaro. Injusta divulgação foi feita hoje pela manhã. Em seguida, foi
desfeita a informação equivocada feita pelos veículos de comunicação, mas,
mesmo assim, eu acho que se faz necessário nós fazermos este registro aqui,
Ver. Tarciso, Líder da Bancada, ao qual agradeço por me oportunizar este
momento. Então, Nelcir Tessaro, V. Exa. sinta a nossa solidariedade com a
denúncia infundada, informação infundada, equivocada, que circulou na mídia
hoje pela manhã.
Agora,
o outro lado. Eu estou curioso em saber quais as empresas que estão envolvidas
nessas denúncias. Ver. Tarciso, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, quem
participou da última campanha sabe que não foi fácil – é, Ver. Mario Manfro não
foi fácil –, e eu estou muito curioso para saber quais são os empresários
envolvidos nessa confusão matinal, Ver Tarciso. Precisamos, sim, estar atentos. Vou
dizer mais, Bancadas dos Partidos aqui presentes, mas, especialmente, Bancada
do PT: o Deputado que coordena a Reforma Política... A Bancada do PT está muito
desatenta ao que este Vereador fala, mas tenho certeza de que a assessoria
deverá levar essas informações aos caros colegas Vereadores do PT que agora nos
acompanham. O nome do Deputado Federal do PT que está coordenando a Reforma
Política é Henrique Fontana. O Deputado Henrique Fontana fez um esforço danado.
Estou convencido de que quem não quer a Reforma Política não são os
Parlamentares, são os grandes empresários que comandam este País – e, aí, os
Deputados, em sua grande maioria compromissados com os financiadores das
campanhas, perdem a autoridade para levar em frente essa ação tão necessária
que é a Reforma Política deste País. Hoje, não é eleito ou reeleito quem mais
trabalha, mas, na grande maioria dos casos, quem tem padrinhos com “caixa
gordo”, essa é a verdade. É por isso que eu estou muito interessado em saber
quais são as empresas, quais são as construtoras de Porto Alegre que estão
envolvidas com essa turma toda que recebeu o Papai Noel cedo na porta das suas
casas. Coitadas das famílias, mas...
No jornal Zero
Hora do final de semana, o Procurador-Geral do Município disse que já foram
cobrados os R$ 5,3 milhões de uma empresa de que, supostamente, os servidores
haveriam se esquecido de cobrar. Eu fico imaginando: será que não tem mais? A
limpeza do Arroio Dilúvio, Vereadores, não terá custo nenhum para o Município.
Essa limpeza já está contratada, mas não estavam executando essa parte, Ver.
Reginaldo Pujol. Essa parte já está contratada, mas estavam esquecendo de
executar, de cobrar da empresa essa parte da limpeza do Arroio Dilúvio.
Esquecimento. Não é fácil!
Mas dizem que há outros aí que estão preocupados em
fazer CPIs. Eu acho que é um instrumento da minoria fazer CPIs, mas a Bancada
do PSD vai firmar mais uma vez aqui: não somos da oposição nem da situação,
somos das boas causas, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Dr. Thiago reassume a presidência.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 15h51min): Havendo quórum, passamos à
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. João Carlos Nedel, o Requerimento, de
autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando renovação de votação do Requerimento
que propõe o adiamento da discussão do PLL nº 115/01 por três Sessões. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADO por 13 votos SIM e 16 votos NÃO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2618/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 115/11, de autoria do
Ver. Mauro Pinheiro, que estabelece horário mínimo para o início dos jogos de
futebol que especifica e dá outras providências. Com Emendas nos
01, 02, 03 e 04.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela existência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Idenir Cecchim: pela rejeição do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela rejeição do Projeto;
-
da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela rejeição do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
em 27-02-13;
- discutiram a matéria os
Vereadores C. Janta, T. F. Negra, A. Kopittke, F. Melchionna (cedeu p/ A.
Kopittke), B. Vendruscolo, I. Cecchim e M. Pinheiro, em 17-04-13;
- adiada a discussão por
duas Sessões em 17-04-13;
- discutiram a matéria os
Vereadores E. Comassetto (cedeu p/ M. Pinheiro), M. Fraga (cedeu p/ C. Janta),
P. Garcia, L. Sprenger (cedeu p/ I. Cecchim), R. Pujol, A. Ortiz, S. Cavedon e
M. Leal, em 24-04-13.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o PLL nº 115/11. (Pausa.) Não há mais
quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Mauro Pinheiro está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 115/11, como autor.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; demais Vereadores, Vereadoras; público
que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara, venho aqui mais uma vez tentar
explicar aos Vereadores que seja priorizado o que é melhor para a sociedade,
para a Cidade. Nosso Projeto, na verdade, procura normatizar o início do
horário dos jogos, e não o término – não que eu seja contrário a que haja um
teto máximo para o final dos jogos. É um projeto que diz o seguinte: os jogos
da dupla Gre-Nal, que são aqueles que movimentam o maior número de torcedores,
de segunda a sexta-feira, terão que iniciar após as 20h30min. Mais uma vez,
tento esclarecer: por que isso? Porque, inclusive, em uma declaração, o Secretário
da EPTC, Vanderlei Cappellari, diz que os jogos às 19h30min causam um grande
transtorno na Cidade de Porto Alegre, um verdadeiro caos, porque o nosso
trânsito da Cidade, nesse horário, por volta das 19h30min, tem um grande fluxo
de pessoas retornando para as suas casas – pessoas que estão voltando do
trabalho, pessoas que têm que buscar seus filhos em escolas, pessoas que têm
que buscar seus filhos nas creches, pessoas que querem retornar, após um dia de
trabalho, Ver. Mario Manfro, para as suas casas. E não tem nada a ver com o
final do horário. Nós queremos que o horário do início dos jogos – 19h30m,
18h30min, 19h ou 20h – mude para 20h30min. Por que isso? Para que se dê
oportunidade a esses trabalhadores de retornarem às suas casas com um pouco mais
de tranquilidade, tendo em vista que não poderão retornar com tranquilidade,
porque o trânsito é muito intenso na Cidade, já está um verdadeiro caos.
Aqueles que querem ir ao jogo poderão ir com mais tranquilidade após o horário
do rush, após aquele horário de maior
movimento. É isso que diz o nosso Projeto. Inclusive, o próprio Secretário fala
que faria movimentos em direção à CBF, à Conmebol e à Federação Gaúcha para que
não colocassem jogos nesses horários. Então é somente isto: horário dos jogos
diferenciado de segunda a sexta-feira, para que as pessoas possam retornar às
suas casas com mais tranquilidade, porque, como o próprio Secretário da EPTC
fala, não há condições de trânsito quando há jogos da dupla Gre-Nal nesses
horários.
O que nós estamos pedindo aos Vereadores é que
votem o nosso Projeto. Depois nós temos outras Emendas, e os Vereadores vão
decidir se essas Emendas são importantes ou não. Agora, o Projeto não fala em
horário de término – que tem que terminar até as 11h, até à meia-noite –, são
emendas que nós vamos votar separadamente. Então, fazemos um apelo aos
Vereadores no sentido de que votem favoravelmente a este Projeto, tendo em
vista a repercussão que houve. Eu não vi uma pessoa, um cidadão que more ou que
tenha que trafegar próximo dos estádios que não esteja a favor do Projeto.
Inclusive há projetos semelhantes, e não só na cidade de São Paulo, Ver.
Cecchim. Há um projeto semelhante do PMDB de São Paulo e existe um projeto
tramitando na Câmara Federal em que consta o horário de jogos. Então, é
possível, sim, regulamentar, conforme o art. 30 da Constituição, que diz que,
sobre aquilo que é do interesse do Município, é ele que tem que reger, tem que
legislar.
Portanto, é um projeto que é possível a Câmara
regulamentar, e conto com a compreensão dos Vereadores, esperando que votem
favoravelmente a este Projeto que beneficia as pessoas, o cidadão comum, Ver.
Clàudio Janta, e o senhor fez várias manifestações corretas em defesa do
Projeto. Nós temos, sim, que defender o interesse das pessoas e não ficar
defendendo pequenos interesses de um ou de outro. É com relação a isso que
estamos fazendo um apelo aos Vereadores: procurem entender o Projeto e votar
com a sociedade, com as pessoas de bem, porque realmente essas pessoas são
favoráveis ao Projeto. Então, conto com o apoio dos nobres Vereadores. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 115/11.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Presidente, Vereadores, Vereadoras e todos os presentes. Ver.
Mauro, o seu Projeto seria um excelente projeto se fosse em nível estadual e
seria melhor ainda se fosse em nível nacional. Por que falo isso, Comassetto?
Este Projeto protege o Município, protege Porto Alegre. O duro disso tudo é que
o futebol se expande em todo o Estado e no âmbito nacional e internacional. A
Arena do Grêmio já está retirada, que foi feita estrategicamente, pensando nos
engarrafamentos que acontecem na hora dos grandes espetáculos de futebol. O
Internacional continua no seu mesmo lugar, e na Copa do Mundo iremos ter
engarrafamentos, vai ser a mesma coisa com futebol ou sem futebol.
É um bom Projeto, Mauro, mas eu não estou
conseguindo entender. Esse Projeto é para o Grêmio, para o Internacional e para
o São José; o Cruzeiro não está mais aqui. Canoas é outro Município, no qual
não temos poder para legislar. Saindo da Capital, da cidade de Porto Alegre, se
a gente vier a aprovar esse Projeto, Mauro, não haverá Grêmio e Canoas, Grêmio
e Juventude, Grêmio e Caxias. A minha dificuldade de entender, Mauro, é porque,
sempre que converso com o pessoal do Grêmio, principalmente com o pessoal do
jurídico e com o Fábio Koff, não escuto nenhum apelo deles – que sabem que está
tramitando esse Projeto – pedindo: “Tarciso, esse Projeto é bom, vamos...”,
porque não é bom para o Grêmio. Infelizmente, esse Projeto só é bom para o
torcedor. Claro que a gente visa o ser humano, o torcedor, mas o torcedor
precisa do grande time para fomentar o seu coração com emoções. Será que, se
votarmos “sim” para esse Projeto, não estaremos tirando também... Grêmio e
Internacional são os dois grandes clubes do Rio Grande do Sul; Caxias e
Juventude vêm atrás. Com o que a mídia paga ao Grêmio e ao Internacional, com
as suas rendas, esses clubes não conseguiriam ter esses jogadores que possuem
hoje - Zé Roberto, Elano, Barcos e outros. Sabe quanto custa, Mauro, essa folha
de pagamento para o Grêmio no final do mês? Ela é altíssima! E, só com
bilheteria e com sócios, o Grêmio não arrecada 20% do que ele gasta com o
futebol.
Gostaria muito, Mauro Pinheiro, gostaria muito.
Seria meu sonho ver esse Projeto aprovado, para que o torcedor tivesse essa
liberdade, mas só isso não basta, Mauro, porque nós vamos aprovar esse Projeto,
Ver. Nereu D’Avila, vai chegar a hora do jogo e nós vamos querer time! E aí o
que um presidente de um clube faz se a mídia não está comentando? Não há
dinheiro. Tu sabes, o futebol ficou muito caro, o futebol virou negócio.
Dificilmente, Mauro Pinheiro, nós vamos conseguir mudar a mídia de todo o
Brasil e todos esses grandes clubes. É muito difícil! Gostaria muito, mas sinto
muito. Eu vou ser realista, assim como fui quando joguei futebol. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Dr. Thiago): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra pra encaminhar a votação do
PLL nº 115/11.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, mais uma vez aqui para discutir esse tema bastante
importante, tanto que vem despertando o interesse de vários Vereadores, a favor
ou contra, demonstrando que é um assunto importante para a Cidade a regulação
dos horários dos jogos de futebol nos dias de semana.
Eu quero trazer uma informação bastante importante,
sublinhar uma informação que o Ver. Mauro Pinheiro aqui trouxe ao longo da sua
defesa, de que, em São Paulo... Ver.ª Mônica Leal, a senhora, na sua primeira
manifestação sobre esse tema, colocou que Porto Alegre estaria saindo sozinha
na discussão desse tema. Eu informo que isso não é verdade: a Câmara de
Vereadores de São Paulo, Capital, onde existem os maiores clubes em termos
financeiros, os maiores interesses comerciais, já aprovou um projeto de lei. O
projeto de lei em São Paulo, Ver. Idenir Cecchim, aqui debatendo ideias
propositivamente, veio justamente da Bancada do PMDB da Capital de São Paulo,
demonstrando que esse é um tema que merece, sim, a atenção de todos nós. Nós
precisamos refletir sobre esse tema, porque ele é de interesse não dos que
gostam de futebol – esses assistem futebol à meia-noite, à uma da manhã – mas
principalmente das pessoas que estão residindo no entorno dos estádios. Mais de
50 mil, 100 mil pessoas são afetadas a cada jogo de futebol, seja no horário de
início de jogo, seja no final do jogo, e também os trabalhadores. E aí, Ver.
Professor Garcia, eu trago aqui o pedido de vários profissionais do mundo
esportivo que trabalham no mundo do futebol, que fazem o pedido para que os
jogos não acabem mais à 1h ou às 2h da manhã, como vem ocorrendo. E o Projeto,
diferentemente do que aqui disseram, que, se houver pênaltis, tem que acabar o
jogo no meio... aí já não é um debate qualificado. Obviamente, o Projeto prevê
todas essas exceções, qualquer tipo de prorrogação, de penalidade; ele busca
apenas colocar um marco para o início e o fim do futebol. Esse é um interesse
inclusive de toda a Cidade, porque mais de 300 brigadianos ficam à disposição
dos jogos de futebol, atendendo e restringindo todo o serviço de atendimento à
comunidade para ficarem à disposição até às 3h da manhã a cada jogo de futebol,
desprotegendo todo o resto da Cidade, e sabemos que há carência de efetivo. E a
TV que possui os direitos sobre os campeonatos, ela que se organize, então,
para transmitir, TV essa que, aliás, não transmite os jogos da dupla Gre-Nal.
Aqui, quem quiser assistir a jogos em casa tem que pagar.
Então, é um falso debate. Nós estamos aqui, na
verdade, tendo que aprofundar o interesse público que está nessa discussão, que
não é apenas sobre o horário de futebol, é sobre qual o futebol que nós queremos
para o Brasil: se queremos um que seja regulado pelos interesses privados,
desconhecidos da sociedade e que elitizam esse esporte, ou se queremos tratar o
futebol efetivamente – como eu vejo aqui na tribuna, muitas vezes – como um
mecanismo de inserção social, de luta contra a violência. É disso que se trata,
e este Projeto precisa, sim, ter atenção dos colegas. Eu não sei por que a
Administração Municipal – a Bancada do Governo também, parece, a maioria, pelo
menos – acabou tendo uma posição, já de pronto, contra esse Projeto. Parece-me
que não estão acompanhando o que as pessoas do bairro Humaitá e tantos outros
bairros têm nos pedido. Eu não sei, creio que os colegas passam nessas
comunidades, têm passado, nesse último período, para saber o que efetivamente
as pessoas estão esperando sobre a nossa posição em relação a esse Projeto.
Espero que tenhamos todos uma boa reflexão e votemos pela aprovação do Projeto
do Ver. Mauro Pinheiro. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Por favor, Ver. Reginaldo Pujol.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu quero encaminhar a votação do
Projeto, mas eu não estou achando o Projeto!
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Por favor, caro Luiz Afonso, o Projeto se encontra
sob a sua custódia?
(O Diretor Legislativo, Sr. Luiz Afonso de Melo
Peres, responde que sim.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu vou cedê-lo formalmente, Ver. Pujol; fica com o
senhor, sob a sua custódia.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 115/11.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
público que nos assiste, eu já falei sobre esse tema por duas vezes e vou
insistir no mesmo tom. Primeiro, nós tínhamos que fazer uma discussão maior
sobre a questão dos grandes eventos em Porto Alegre. Eu volto a dizer – e aí
vejo a questão de uma incoerência: determinado horário para jogos de futebol e
qualquer show de porte médio ao ar
livre... eu citei, na semana passada, como exemplo, o show do Roberto Carlos; eram mais de 50 mil pessoas, terminou um
pouquinho mais da meia-noite, e ninguém se preocupa! Toda vez que tem show na Pepsi On Stage, que também
começa, às vezes, à meia-noite e termina 3 horas da manhã, não se fala, ou
quando é na própria Fiergs. Então, esses megaeventos, é aí que eu coloco se nós
estamos pensando na população como um todo ou na população futebolística.
Mas eu posso fazer a discussão em dois momentos. A
população como um todo, ela tem que ter um atendimento, é uma premissa do Poder
Público, e é por isso que este Vereador defende que, como todos esses eventos
são privados, não são da esfera pública, o Governo do Estado deveria receber um
pagamento pelo deslocamento da Brigada Militar. O Município de Porto Alegre
deveria receber o ressarcimento pelo deslocamento dos “azuizinhos”, do pessoal
da EPTC, e um ressarcimento pelo DMLU, que faz a limpeza, porque isso causa um
impacto na região. Aí nós teremos outro tipo de discussão. Eu volto a dizer que
somente a questão do futebol fica muito limitada. Primeiro, hoje, nos nossos
jogos do campeonato, o maior público é de 14 mil e R$ 300 mil de renda. Olha,
gente, R$ 300 mil de renda, se tive todas as semanas aqui, daria R$ 1,2 milhão.
Isso não paga dois ou três jogadores da dupla Gre-Nal, é muito pouco! De onde
vem o recurso? Vem da televisão! Como se pagaria hoje, por exemplo, o
D’Alessandro, que dizem que são R$ 800 mil? Então também temos que ter essa
sensibilidade.
Outra coisa: será que as donas de casa que assistem
a novelas gostariam de ter os jogos às 20 horas? Eu não fiz essa pergunta,
estou pensando agora, porque nós temos que fazer também essa discussão, porque
elas perdem sempre!
Então, nós não podemos restringir a discussão. Já
me manifestei que sou contrário por essa questão, porque vejo que estamos
limitando a discussão. Acho que podemos levar a questão dos eventos nos espaços
públicos para a nossa Comissão, para ver de que forma sejam mais bem usados,
porque dependem do Poder Público, mas são da iniciativa privada. O Auditório
Araújo Vianna começou a ser revitalizado, seguidamente há shows ali, e o Poder Público teria que ser ressarcido.
Em São Paulo, foi aprovado projeto semelhante, o
Prefeito vetou, voltou para a Câmara, e ela não derrubou o veto. Às vezes,
ocorre isto: faz-se uma discussão, o pessoal vota, sabe que será vetado e,
quando volta, o pessoal sai do plenário ou finge que não vê. Então a discussão
é feita em duas etapas.
Então, de forma bem fraterna: vale a pena fazer a
discussão? Vale, mas é uma briga de perigo, ou seja, dificilmente será
vitoriosa. Mas eu acho que a discussão como um todo é válida. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 115/11.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, antes de mais
nada, quero dizer, com a maior sinceridade possível, que eu tenho, com relação
ao autor do Projeto, muito carinho e muito respeito. Inclusive, desde quando
ele apresentou este Projeto lá atrás, em 2011, eu tenho discutido com ele,
sempre mostrando a minha posição de contrariedade ao Projeto. Aliás, a minha
posição já foi plenamente estabelecida, em 14 de outubro, quando votei o
Parecer do Ver. Bernardino Vendruscolo, na Comissão de Constituição e Justiça,
que categoricamente consagrava o Parecer prévio da nossa Procuradoria, que
estabeleceu que o conteúdo normativo do Projeto de Lei não se ajusta ao estrito
exercício do poder de polícia, consubstanciado em interferência na atividade exercida
por ente privado e atraindo malferimento aos princípios constitucionais que
resguardam o livre exercício da atividade econômica e a livre iniciativa – art.
170 da Constituição Federal, caput, §
único e 174.
Além dessa discussão jurídica, eu me alinho na
mesma posição do Ver. Garcia quanto às consequências práticas deste Projeto de
Lei, a começar – e já comentei isso na discussão da matéria – que o art. 1º da
proposição de lei diz que fica estabelecido o horário das 20h30min como horário
mínimo para o início dos jogos de futebol a serem realizados em dias úteis
sempre que haja previsão de grande fluxo em vias centrais e em vias adjacentes
ao estádio. Este é o Projeto.
Obviamente há o objetivo, declarado na tribuna, de
se impedir que os jogos iniciem no período de pique, quando o trânsito fica
mais complicado, mas, ao estabelecer o horário mínimo às 20h30min, não impede,
Ver. Guilherme Socias Villela, que eles comecem às 22h, como é desejo de muitos
que não queriam que os jogos se transformassem em sobremesa das novelas, numa
clara alusão a que os jogos começados tardiamente representavam alguma
concessão à Globo.
Ontem, por coincidência, o jornalista do jornal
Correio do Povo que em várias ocasiões se manifestou sobre este Projeto fez
considerações elogiosas ao Ver. Mauro Pinheiro, mas conclui dizendo que ele não
se ajusta à realidade. Essa realidade foi muito bem aqui descrita pelo Vereador
que me antecedeu na tribuna, o Ver. Professor Garcia, a respeito da dependência
que têm as agremiações esportivas de primeira linha do futebol brasileiro do
apoio das emissoras de televisão, que hoje não se restringem à Globo. Em muitos
casos, especialmente em São Paulo, a TV Bandeirantes já está presente também;
na América do Sul, a Fox tem sido a empresa predominante nesse particular.
Qualquer dirigente de clube, Ver. Mauro Pinheiro,
diria a V. Exa. que este Projeto é ruim, que, se ele fosse posto em prática,
criaria dificuldades extras para as agremiações, que já sobrevivem de maneira
que só Deus sabe, com dificuldades insuperáveis, até porque teimam em ter
orçamentos grandiosos, de difícil execução. Pois, como disse bem o Ver.
Professor Garcia, os resultados das arrecadações... Sr. Presidente, concluindo,
o borderô dos jogos do campeonato gaúcho estão aí para demonstrar que o trem
pagador foi o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, com arrecadações de 9 mil
pagantes nos seus jogos. Há jogos – e não estamos fazendo uma regra só para
Grêmio e Internacional –, por exemplo, do São José, que não tiveram público de
200 pessoas, e obviamente que jogos do Cruzeiro também assim são colocados.
Ademais, Vereador, parece que a regra é só para atingir o Grêmio e o Zequinha,
porque o Internacional, no momento, sequer joga em Porto Alegre, joga no
Interior.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Quero dizer que não são só as mulheres que assistem
novelas, os homens também. E, se o Grêmio foi o trem pagador, o Sport Club
Internacional foi o trem comemorador desse campeonato gaúcho.
A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 115/11.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, pessoas que nos
assistem, imprensa, mais uma vez ocupo esta tribuna para fazer um registro que
creio ser de suma importância, por uma razão muito simples: esta Casa, a Casa
do povo de Porto Alegre, a Câmara Municipal da capital do Rio Grande do Sul tem
obrigação de zelar por aquilo que é constitucional. Ver. Mauro Pinheiro, já
expliquei nesta tribuna que este Projeto é inconstitucional, e o que é
inconstitucional não pode prosperar. Eu, como Vereadora desta Casa Parlamentar,
não posso admitir, sequer tenho vontade de que ele venha para debate, que ele
possa tramitar, e por uma razão muito simples: a Comissão de Constituição e
Justiça deu Parecer da existência de óbice; a Comissão de Economia, Finanças,
Orçamento e do Mercosul deu Parecer pela rejeição – enfim, todas as Comissões,
a não ser a Comissão de Educação, que aprovou. A Procuradoria desta Casa foi
pela rejeição do Projeto por ferir os projetos constitucionais que resguardam o
livre exercício da atividade econômica. Ora, eu, como Vereadora desta Casa, com
a responsabilidade dos votos que recebi, tenho obrigação de alertar os senhores
de que nós não podemos permitir que prospere qualquer projeto inconstitucional,
senão nós vamos fazer a Câmara Municipal virar a “casa da mãe joana”.
Mais um registro que quero fazer: colega Ver.
Alberto Kopittke, eu, quando usei esta tribuna, não disse, em momento algum,
que Porto Alegre era a única cidade que estava fazendo este Projeto. Eu quis
dizer que Porto Alegre, no mínimo, iria ter um custo alto, ficaria fora da rede
nacional de televisão. Foi isto que eu quis dizer. Sei que São Paulo entrou com
esse Projeto, sei que o Prefeito também vetou. Sinto muito, mas projetos
inconstitucionais não podem prosperar nesta Casa. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 115/11. (Pausa.) Desiste.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, com a votação das Emendas
antecedendo o principal, as que eventualmente vierem a ser aprovadas só
sobreviverão se, posteriormente, for aprovado o principal, correto?
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Correto.
Em votação a Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº
115/11. (Pausa.) O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 115/11.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras; a Emenda de nº 01, do Ver. Alberto Kopittke,
determina que tenha início mínimo, Ver. Reginaldo Pujol, às 20h30min e que o
horário máximo para o término seja às 23h, não interferindo nos jogos da Copa
do Mundo FIFA, de 2014 – os jogos da Copa ficam fora do Projeto. Com isso,
teríamos o horário final também estabelecido. A Emenda também diz que, em casos
excepcionais, seria o caso de prorrogações, decisão por pênaltis, o jogo
prosseguiria. Esta é a Emenda do Ver. Alberto Kopittke. Vou votar a favor
porque entendo que o horário de término é importante por uma questão de
segurança dos trabalhadores que têm que retornar às suas casas. Por exemplo, em
um jogo que começa às 22h ou às 22h e alguma coisa, vão chegar às 2h da manhã
em casa e no outro dia têm que trabalhar.
Quero também lembraro o que nós estamos debatendo.
Vários Vereadores vieram aqui e fizeram a defesa dos clubes, dizendo: “Tem que
se preocupar com o clube, porque tem que arrecadar, porque tem que pagar
salários”. E aí eu quero fazer uma pequena comparação. Os Vereadores desta Casa
que fazem essa defesa estão preocupados com o clube, com o salário do Vanderlei
Luxemburgo, com o salário do D’Alessandro. Nós, que temos que legislar para a
sociedade, Ver. Cleiton, estamos preocupados em saber de onde vai vir dinheiro para
pagar os R$ 800 mil, R$ 1 milhão do D’Alessandro, do Luxemburgo, Ver. Clàudio
Janta! Nós não estamos preocupados com o cidadão que ganha salário mínimo, que
pega o ônibus, às 19h, lotado, que não consegue chegar em casa, que trabalhou o
dia inteiro e que ganha R$ 800,00 por mês! Não, os Vereadores estão preocupados
que nós temos que ter uma metodologia para garantir o pagamento do Luxemburgo,
que ganha R$ 1 milhão por mês. Eu acho que estamos invertendo uma lógica nesta
Casa! Nós temos que defender, sim, a sociedade comum, aquele que não tem quem o
defenda, que pega o ônibus, que fica trancado no caos do trânsito de Porto
Alegre, que não consegue chegar em casa, que não consegue buscar o filho na
escola, que não consegue pegar o filho na creche. "Não, com esses nós não
precisamos nos preocupar. Vamos nos preocupar com a arrecadação do Grêmio e do
Inter, porque têm que pagar os salários milionários." Eu acho que a lógica
está invertida. Nós, Ver.ª Sofia, temos que nos preocupar com quem ganha
salário mínimo; com este, temos que ter preocupação! O Vanderlei Luxemburgo
ganha bem, que mereça o que ganha, trabalha bem; agora, nós estarmos
preocupados com o salário dele? Eu tenho que me preocupar é com o cidadão que
pega o ônibus lotado e que não consegue chegar em casa depois de um dia de
trabalho, Ver. Mario Manfro!
Os Vereadores têm que dar uma parada, uma pensada
para ver com quem realmente devem se preocupar. Até porque isso não vai mudar,
e a televisão pode se ajustar perfeitamente. Agora, nós estamos preocupados em
ajustar o tempo da televisão, preocupados com os grandes salários. E com a
Cidade, com o caos do trânsito para as pessoas que ganham salário mínimo e
estão retornando para suas casas, esta Câmara não precisa se preocupar! Eu acho
bom nós pensarmos, invertermos essa lógica e defender quem, realmente, precisa de defesa, que é a sociedade, o povo gaúcho,
aquele cidadão que tem dificuldade de retornar à sua casa, que tem dificuldade
de buscar o filho na escola, na creche, porque o trânsito está congestionado em
razão de um jogo de futebol, e não nos preocuparmos com os grandes salários.
Esses não precisam de defesa, porque sabem muito bem se defender. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01,
destacada, ao PLL nº 115/11.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, como é que nós podemos cuidar dos assistentes dos jogos, se os
promotores dos jogos ficarem inviabilizados? Ora, como é que nós vamos impedir
que os trabalhadores que não têm dinheiro para ir ao campo de futebol possam
assistir, pela televisão, esse espetáculo televisionado? Será que isso é
correto? Será que isso é o mais adequado para atender a população em geral?
Noventa e nove por cento da população não vai ao campo! Mas quer ver pela
televisão. Então, isso é um espetáculo e, como tal, tem que seguir as regras
dos espetáculos. Então, vou ser sincero. Eu seria incoerente... Se eu digo que
eu sou contra o Projeto, eu poderia ficar quieto agora. Simplesmente, na hora
de votar o Projeto, votaria contra, e as emendas, aprovadas ou não, virariam
nada. Mas eu tenho que ser honesto: “a Emenda é pior que o soneto”. Parece que
essas pessoas nunca foram a um campo de futebol. Como é que vamos estabelecer
um horário para começar e para terminar o jogo, Vereador, se há competições que
vão para a prorrogação, vão para a cobrança de pênaltis? O que pode ocorrer?
Chegando 23h, alguém teria que dizer: “Não chuta mais o pênalti”. E aí o jogo
melou, e se faz de conta que o jogo não aconteceu! Ora, vamos ser realistas. O
que está se buscando proteger não sei o que é. Ao torcedor, sei que não é; aos
clubes, eu sei que não é; então, o que nós queremos proteger com isso? Eu quero
proteger o clube, sim! Acho que os clubes de Porto Alegre, especialmente o
Grêmio, o Internacional, o Zequinha, o Cruzeiro, são maravilhosos, e as suas
direções merecem ser apoiadas por nós porque mantêm com extrema dificuldade
essas agremiações, que, para serem competitivas, têm que pagar salários
adequados ao mercado, senão não seriam competitivas. Como eu sou corresponsável
pela administração do meu clube, o glorioso Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, eu voto pelo meu clube, votando contra essa Emenda. Como já disse, vou
votar contra o Projeto.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01,
destacada, ao PLL nº 115/11.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Só para trazer mais
um elemento para a discussão e para colaborar com o Ver. Pujol, que eu sei que
é um liberal no sentido mais nobre da palavra, nos Estados Unidos, metade das
cidades tem regulação de horário para os seus jogos de futebol americano. Aqui
na nossa Câmara, Ver.ª Mônica, durante muitos anos, por exemplo, o
funcionamento do comércio foi debatido nesta Casa. Eu não era da Casa nesses
tempos. O horário do comércio, por exemplo, era regulado pela Câmara, como a
proibição do comércio aos domingos, e o nosso Código de Posturas, que a própria
Prefeitura corretamente está rediscutindo, regula um conjunto de elementos de
funcionamento de entidades privadas na nossa Cidade, como o horário, o barulho,
o limite de decibéis que pode ser emitido, e isso acaba afetando os templos de
religião e vários outros estabelecimentos, que acabam tendo regulado o seu
funcionamento, sim, por esta Casa. Então, não se trata aqui de o Projeto ser
inconstitucional, em minha opinião. Se fosse isso, caberia aos tribunais
discutir o Projeto.
Aqui, eu quero saber
se estamos realmente atentos ao interesse público ou ao interesse privado, como
bem disse aqui o colega Mauro, ou seja, se estamos atentos àqueles que recebem
mais de R$ 300 mil de salário ou com o cidadão que mora no entorno dos estádios
ou do resto dos cidadãos que moram na nossa Cidade e que ficam sem policiamento
pela falta de efetivo que o nosso Estado sofre já há mais de 30 anos. Isso não
é culpa deste ou daquele Governo; é um problema estrutural do nosso Estado que
fica sem policiamento. Porque tem que ter o policiamento no estádio. Eu
concordo com o Professor Garcia. Eu quero aqui propor, Prof. Garcia, que o
senhor apresente uma emenda ao Projeto para a gente regular todo tipo de evento
e horário. Ou vocês acham que a gente vai vencer a violência nesta Cidade
sem abrir mão de nada? Diadema, que é a cidade tida como referência do nosso
País, regulou, sim, o horário de todos os eventos na cidade, e apenas uma
exceção de atividades pode funcionar depois das 11h da noite. Nós não vamos mexer
em nenhum interesse, mas bradamos aqui que queremos vencer a violência! No
entanto, deixamos uma parte da Cidade sofrendo a partir da meia-noite, com a
violência e o conjunto de perturbações que o jogo de futebol, por decorrência,
pode trazer.
Então, este é o questionamento que eu deixo aqui:
nós falamos muito em segurança, mas, na hora de enfrentar alguns interesses, eu
quero ver se esta Casa aqui realmente vai enfrentar, para que a gente possa ter
uma Cidade mais tranquila e com menos violência, ou se nós vamos continuar
apenas, na verdade, defendendo interesse de uma empresa. É disto que se trata:
o interesse de uma empresa de comunicação que, com certeza, poderia adequar sua
grade de horários. Aliás, uma empresa que teve a capacidade, inclusive, de
mudar o fuso horário do Acre, Ver.ª Mônica, na Câmara Federal. Então, eu não
duvido do poder dessa empresa, que chegou a mudar o fuso horário do Acre, pois
era contra a regulação de faixa de idade previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente; essa mesma empresa que a senhora agora vem aqui defender com unhas
e dentes: essa empresa, contra a regulação de faixa de idade, muda o horário
para defender a sua novela das 8h, que é o que pauta os interesse do País, pelo
que eu estou vendo aqui.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.
Alberto Kopittke.
O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 115/11.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Obrigado, Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, realmente parece que esse assunto precisa de uma discussão de duas
semanas, Ver. Pujol, e aqui nós estamos obrigados a ouvir os meus argumentos,
os seus e até os do Ver. Alberto Kopittke. Eu não tenho nenhuma procuração da
Ver.ª Mônica Leal, que está lá conversando com o Ver. Alberto, mas eu não sei o
que o Ver. Alberto Kopittke tem contra aqueles que assistem à novela. Se o
senhor não gosta de novela, Ver. Alberto
Kopittke, deixe as pessoas assistirem às novelas! Como é que o senhor é contra
as novelas? O senhor defende o quê, afinal de contas? O que é que o senhor
defende? O senhor é contra as pessoas que assistem às novelas? Não pode, não
pode, Vereador, deixe as pessoas assistirem ao que elas quiserem! Eu, por
exemplo, assisto às novelas, assisto ao futebol, assisto às pregações
religiosas também – assisto, assisto – porque eu acho que todo mundo tem o
direito de expressão. Mas tem alguns assuntos como o de que uma emissora tal
mudou o fuso horário brasileiro, de que uma emissora tal está apagando não sei
o quê, que depende de... Mas isso é uma doença, não pode ser! O PT já largou
essa vida de contestar uma emissora, Ver. Alberto! Ainda bem, o PT ficou
moderno! E, depois, já está convivendo com a Rede Globo, inclusive. Quando o
Presidente Lula se elegeu a primeira vez, ele sentou na bancada do Jornal
Nacional. Na segunda vez, também sentou na bancada do Jornal Nacional. O
senhor, ficando contra a Globo, está na contramão do ex-Presidente Lula. Isso
já passou! As pessoas que estão perto dos estádios gostam do estádio. E a falta
de segurança não é por culpa do jovem; a falta de segurança é pela
incompetência dos governos, e não por causa do jogo de futebol! Eu acho que nós
temos que discutir tantas coisas aqui na Câmara de Vereadores, e esses
argumentos já terminaram. Eu acho que nós temos que ir para a votação e
decidirmos de uma vez por todas. Como disse o Ver. Pujol: “As Emendas estão
ficando piores que o soneto”. Então, abaixo as Emendas e abaixo o soneto.
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Não há mais
quem queira encaminhar. Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, a Emenda nº 01, destacada,
ao PLL nº 115/11 (Pausa.)
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, pergunto a
V. Exa. respeitosamente. Acho que o que nós estamos votando é uma renovação de
votação, não tem nada a ver com Emenda. Nós temos que, primeiro, saber se
renovamos a votação, e, depois, votamos o Projeto com suas emendas. Mas hoje
nós estamos votando um adiamento de votação do Ver. Janta.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Ver. Nereu, já foi votado isso, e foi rejeitado.
O SR. NEREU
D’AVILA: O adiamento não foi rejeitado?
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O adiamento foi rejeitado, por isso estamos
votando o Projeto com suas Emendas.
O SR. NEREU
D’AVILA: Se foi rejeitado o adiamento, não tem o que votar.
Ah! Agora entendi, perdão: foi rejeitado o
adiamento e tem que votar o Projeto. Desculpe tomar o tempo de Vossa
Excelência. Elaborei erradamente o raciocínio.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Como não é hábito haver intervenção na hora da votação, solicito que
seja suspensa a votação e que seja feita uma nova votação, por causa do tempo
que está correndo.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Perfeito. Declaro nula a votação anterior.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João
Carlos Nedel, a Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 115/11. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM e 20 votos NÃO.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João
Carlos Nedel, a Emenda nº 02, destacada, ao PLL nº 115/11. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por
09 votos SIM e 20 votos NÃO.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João
Carlos Nedel, a Emenda nº 03, destacada, ao PLL nº 115/11. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADA por 11
votos SIM e 16 votos NÃO.
Em votação nominal, solicitada
pelo Ver. João Carlos Nedel, a Emenda nº 04, destacada, ao PLL nº 115/11. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 11 votos SIM, 15 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. João Carlos Nedel, o PLL nº
115/11. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 10 votos SIM e 20 votos NÃO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2425/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/11, de autoria do
Ver. Elias Vidal, que declara de utilidade pública a Associação Amigos do
Projeto Vida e Saúde.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Toni Proença: pela aprovação do Projeto;
-
da COSMAM. Relator Ver. Raul Torelly: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 18-03-13 por força do art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o PLL nº
098/11. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 050/13 – (Proc. nº 0785/13 – Ver. Clàudio Janta) – requer a
constituição da Frente Parlamentar em Busca das Pessoas Desaparecidas.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o
Requerimento nº 050/13. (Pausa.)
O SR. NEREU D'AVILA: Não sei se, no
Requerimento, está mais explicitado, porque aqui está muito genérico: “busca de
pessoas desaparecidas”.
No fim de semana, foi
atirada, no rio Guaíba, no Saco da Alemoa, uma moça de Guaíba que foi
assassinada pelo amante, e aí é desaparecida também. Então, eu não sei se, no
Projeto, está claro. Devem ser pessoas desaparecidas à época do regime
ditatorial, é isso? Ou desaparecidas durante a Semana Santa.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Vereador, leio
o Requerimento (Lê.): “O Vereador que este subscreve requer a Vossa Excelência
que, após os trâmites regimentais, com fundamento no art. 237-A, do Regimento
deste Legislativo, seja criada a Frente Parlamentar em Busca das Pessoas
Desaparecidas”. O desaparecimento de pessoas é uma realidade em nossa
sociedade, temos que enfrentá-lo. Que sejam discutidas as suas causas, mesmo
como um fórum de apoio aos familiares que, muitas vezes, fazendo os
procedimentos legais, não conseguem localizar os seus parentes.
No art. 237-A do Regimento, consta (Lê.):
“As Frentes Parlamentares destinadas a debate, defesa e apresentação de
sugestões acerca de assuntos de interesse local terão a sua organização e o seu
fundamento a cargo dos respectivos presidentes e secretários”. Como V. Exa.
aduziu, é um objeto amplo.
O SR. NEREU D'AVILA: Muito amplo.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o
Requerimento nº 050/13. (Pausa.)
Não há quem queira
encaminhar. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1582/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/11, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que institui a Mostra Aberta de Cinema, destinada à exibição de
produções cinematográficas nacionais independentes, que será realizada
anualmente, durante a semana que integrar o dia 19 de junho, no Teatro Glênio
Peres, da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Adeli Sell: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 18-02-13.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o PR nº
016/11. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 0823/13 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 004/13, que altera o “caput” do art. 1º da Lei
Complementar nº 666, de 30 de dezembro de 2010, incluindo os terrenos nos quais
se tenha a finalidade de implantar clínicas médicas, em rol para cujos projetos
de reformas, adequações ou ampliações são definidos índices de aproveitamento,
e ampliando a data máxima de protocolização dos pedidos de aprovação desse rol
perante a Administração Municipal para 30 de junho de 2013. Com Emenda nº 01.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Elizandro Sabino: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Parecer
Conjunto:
- da CEFOR, CUTHAB, e COSMAM. Relator-Geral: Ver. Clàudio
Janta: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 22-04-13.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o PLCE
nº 004/13. (Pausa.) A Ver. ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o
PLCE nº 004/13.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, esse Projeto talvez seja o primeiro de vários
dessa nova leva de projetos que estão no bojo dos casuísmos da Copa do Mundo.
Aqui se está alterando, concedendo mais um ano para favorecer clínicas. No
caso, clínicas que venham aproveitar índice máximo da famosa Emenda nº 09, que
virou um projeto de lei, da qual não lembro o nome, que nasceu, lembro muito
bem, Ver. Nereu D’Avila, do debate do Projeto, a Arena do Grêmio, no Salão
Nobre desta Casa.
E nós vivemos hoje um
dia extraordinário, um dia em que a Polícia Federal identificou concessões,
aligeiramentos de licenças, de licenciamentos, de troca de benefícios. Bom, não
sabemos o montante dos crimes em volta das relações público-privadas.
Esta Cidade vive um
momento extraordinário de obras voltadas para a Copa e vinculadas a ela, e em
várias dessas obras o Tribunal de Contas já encontrou sobrepreço, obras essas
que ainda não têm recursos do Governo Federal porque sequer existem, na Caixa Federal,
projetos básicos – talvez uma primeira, talvez a obra da Avenida Tronco tenha
recebido os projetos –, obras essas que estão atingindo fortemente o meio
ambiente, tema do debate do dia de hoje, do forte e agudo debate do dia de
hoje, da CPI que se instala na Assembleia Legislativa e da CPI que eu espero
que se instale nesta Câmara de Vereadores.
Não são poucas as
crises colocadas na Cidade em função da liberação do corte de árvores, Ver.ª
Fernanda Melchionna. A Av. Anita Garibaldi, em meados do ano passado, iniciou
uma reação, porque lá são cem árvores centenárias que estão indo abaixo pelo
entrincheiramento da Anita Garibaldi. Nós estamos com jovens acampados aqui, na
Usina, com a Cidade, com uma ação penal, com liminar da Justiça, porque está
previsto que 115 árvores sejam retiradas aqui, no coração da fruição, da
cultura e do meio ambiente da cidade de Porto Alegre. Na Praça Salvador Allende
e seu entorno, lindos ipês estão condenados por um bloco de garagens que será
realizado aqui, e nós esperamos que essa seja evitada, que a essa a SMAM tenha
prestado atenção. Da Zona Sul, vêm-nos várias denúncias.
Esse aligeiramento
está atingindo os nossos técnicos lá na SMAM, está atingindo o nosso equilíbrio
ambiental, a nossa marca de Cidade que preservava o meio ambiente. Esse
aligeiramento, nesse caso, é uma flexibilização. Mais uma, Ver. Engº
Comassetto, meu Líder, que estuda o Projeto. Nós estamosg estendendo por mais
um ano esse aproveitamento máximo de índice. E, ao
lado disso, não se aligeira o estudo prévio de impacto de vizinhança.
Então, a população,
desesperada, no limite, não tem o seu instrumento para assegurar essa imensa
aplicação de índice construtivo! Não tem o seu instrumento para assegurar o
corte de árvores, Ver. Janta, que está acontecendo ao lado da sua casa, na
frente da sua casa, na sua rua, na sua praça, na Usina do Gasômetro. Não tem
porque a Prefeitura não regulamentou o EIV, cuja lei foi votada em meados do
ano passado. E ela diz, lá no final, espertamente, numa emenda a um artigo que
não conseguimos retirar, que só vale a partir de 180 dias depois da
regulamentação, e a Prefeitura não regulamenta. Agora, flexibiliza os tempos
para uso máximo do índice construtivo. Está agressiva demais essa implantação
da Copa na cidade Porto Alegre, agressiva às pessoas, ao meio ambiente, à nossa
democracia, ao Plano Diretor, Ver. Comassetto, com o Parque Usina do Gasômetro
sendo atingido de frente. Portanto, não ao casuísmo e à violência da Copa.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/13.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu acredito que este Projeto de Lei esteja
devidamente esclarecido pelos Srs. Vereadores e pelas Sras. Vereadoras, mas,
como esta tribuna tem ampla divulgação, Ver. Bernardino Vendruscolo, eu acho
muito oportuno que, após a Ver.ª Sofia Cavedon ter misturado assuntos da
Polícia Federal com esta Lei, nós venhamos aqui reexplicar o que efetivamente
aconteceu. Primeiro, não dá para confundir esse assunto da Polícia Federal, que
não está bem esclarecido ainda, que envolve o Governo do Estado, da União e do
Município. Não dá! É irresponsabilidade fazer isso. Eu não o faria e nem o
faço.
Inobstante, Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, o Ver. Nereu D’Avila foi chamado à colação nessa discussão,
porque, com outros Vereadores, participou das discussões que antecederam a
aprovação das leis que favoreceram o Sport Club Internacional e o Grêmio
Foot-Ball Porto Alegrense e que tinham como objeto propiciar a modernização do
Estádio Beira-Rio e a construção da Arena do Grêmio. O Município, convencido de
que, tradicionalmente, na cultura gaúcha não se oferece nenhum tipo de
incentivo financeiro para os clubes do Rio Grande do Sul, criou situações
especiais para esses projetos. Isso, evidentemente, gerou reclamações da
sociedade como tal - dos hoteleiros, dos clubes esportivos, das igrejas, dos
centros esportivos, dos centros sociais, dos hotéis, dos cinemas –, todos eles
reclamando que queriam um tratamento semelhante para si. Daí fizemos a Emenda
nº 09, que, se não me falha a memória, é de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que
foi aprovada no Projeto do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, Ver.ª Mônica, e,
após, vetada pelo Sr. Prefeito, Veto este que foi derrubado, aqui na Casa, por
maioria.
Para compensar essa
situação, criou-se essa lei, que hoje vigora, que é a lei que se quer ver
alterada parcialmente, a Lei Complementar nº 666. O que se colocou aqui no
final da Legislatura passada? Introduziu-se a expressão “clínicas” no conjunto
total das beneficiárias do processo e alterou-se a data, que era o final de
dezembro do ano passado, Ver. Janta, para o final deste ano. E por que se fez
isso? Porque, quando se votou a lei, imaginava-se que Porto Alegre seria a sede
dos jogos que agora vão ser realizados, que são os jogos da Copa das
Confederações. E, não o sendo, evidentemente, já foi todo este ano utilizável
na preparação das casas de espetáculos, dos centros esportivos, das igrejas,
enfim, de quantos se beneficiaram dessa lei, para o legado da Copa. É por isso,
simplesmente por isso! Aliás, dizia bem hoje o Ver. Nedel: “Nós estamos
atrasados nisso!” Quem vão ser os beneficiados? Apenas aqueles que estão com o
projeto sob exame, que vão ser examinados sobre isso, porque ninguém mais vai
entrar com esse projeto! O mês de junho, que é a data que está estabelecida e
está quase chegando – tem 30, 40 ou 60 dias, no máximo. Obviamente que outros
vão me suceder na tribuna, mas eu quero deixar muito claro o seguinte: não vou
permitir que, a qualquer título, se misture esse assunto com outros! Aqui não
tem nada que a Polícia Federal possa vir esclarecer. Não! Aqui tudo foi muito
aberto, muito transparente, discutido amplamente. A Ver.ª Sofia já foi
derrotada no seu ponto de vista quatro ou cinco vezes aqui na Casa, insiste em
renová-lo, e, obviamente, eu tenho absoluta certeza que os senhores e as
senhoras não vão acreditar que a Casa tenha por quatro ou cinco vezes feito
maracutaia. No fundo,...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. REGINALDO PUJOL: ...estou tranquilo
quanto a isso. Não propiciei, em nenhum momento, maracutaia alguma. Renunciei a
uma possibilidade de lutar e dobrar um veto do Sr. Prefeito, porque conciliando
e, no meio-termo, a gente encontrava uma boa solução.
Por isso,
tranquilamente, da mesma forma que pedi para acatarem o Veto do Sr. Prefeito
Municipal, o Veto ao Projeto que havia sido aprovado, eu venho aqui dizer o
seguinte, com a mesma tranquilidade: podem aprovar este Projeto, não tem
maracutaia, não é falso, não tem nada escondido, é muito claro e é entendido e
apoiado pela sociedade porto-alegrense.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Apregoo a
Emenda nº 02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, ao PLCE nº 004/13.
Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, solicitando dispensa do
envio da Emenda nº 02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, ao PLCE nº 004/13
à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/13.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente,
Ver. Dr. Thiago; Vereadores, Vereadoras; eu raramente venho à tribuna, mas este
é um projeto de alto interesse do Município. Ele inclui as clínicas, para ser
expandida a sua área de atuação, com a finalidade de bem atender à Copa, e depois
fica o legado para Porto Alegre também. Acho extremamente importante, e é bom
que se diga: não se permite coisa nova, e sim unicamente reforma e ampliação do
que já existe. Tem que ficar muito claro que não estamos dando oportunidade
para coisas novas: é reforma e ampliação do que já existe em terreno lindeiro
ou no próprio que já existe – isso é muito claro.
Como o Projeto enviado pelo Executivo foi apregoado
no dia 27 de fevereiro, ou seja, demorou aproximadamente dois meses, estou
encaminhando uma Emenda prorrogando o prazo de 30 de junho para 31 de agosto,
recuperando exatamente esses dois meses, porque não há tempo, praticamente, de
o Prefeito sancionar e divulgar essa lei. Ficando para 31 de agosto, será
permitida, então, a divulgação da possibilidade de as clínicas serem
enquadradas neste Projeto. Portanto, solicito a aprovação da Emenda e do
Projeto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para discutir o PLCE nº 004/13.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, muito rapidamente, eu queria começar onde terminou o Ver. Reginaldo
Pujol, que veio a esta tribuna combater o posicionamento da Ver.ª Sofia
Cavedon, do qual compartilho, dizendo que nós já fomos derrotadas quatro ou
cinco vezes nesta Casa, nesta mesma matéria.
O Vereador falou a verdade, porque, infelizmente, a
Casa tem sido muito conivente com os interesses em geral da especulação
imobiliária e a tentativa de fazer a ampliação dos índices de aproveitamento,
rasgando o Plano Diretor da nossa Cidade e a memória, a história, sem que haja
a previsão e inclusive o controle do que se pretende, limites que são
fundamentais para o futuro da Cidade. Mas eu queria dizer que, muitas vezes,
mesmo que as matérias sejam derrotadas nesta Casa, Ver.ª Sofia Cavedon, que a
nossa posição seja derrotada, em boa parte delas nós temos o apoio da
sociedade.
Eu queria trazer três matérias para discutir.
Pontal do Estaleiro: boa parte dos Vereadores não estava aqui naquela
legislatura quando a Câmara aprovou e a sociedade foi às ruas e conseguiu
derrotar a ideia de construir espigões residenciais na orla do Guaíba, ainda
que a luta siga para que não se privatize e não se construam espigões na orla
do Guaíba.
O segundo tema: a passagem de ônibus. Estão aqui os
rodoviários, o Weber, o Dubal, e esta Câmara, em boa parte, aprovava a medida
do Governo de aumentar a passagem de R$ 2,85 para R$ 3,05; mas o povo, nas ruas
da Cidade, mostrou e impôs uma derrota ao Governo Municipal, fazendo um canal
entre a mobilização e a nossa ação jurídico-política com o apoio dos
rodoviários e da indignação dos porto-alegrenses.
E quero concluir com outro exemplo que, para mim, é
muito grave, que é o pedido que o Ver. Pedro Ruas e eu fizemos na tarde de hoje
em relação à constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para
investigar questões muito graves: crimes ambientais, lavagem de dinheiro e
licenciamentos ambientais obtidos através de uma rede de corrupção e de
ilegalidade. Secretários – o M unicipal e o Estadual – foram presos, 16 pessoas
detidas. Empresários, consultoria, danos ambientais, prejuízos. E nós
requisitamos a esta Câmara uma Comissão Parlamentar de Inquérito para que a
sociedade tenha o direito de saber quem são as empresas, quem são os
corruptores, quem são os agentes públicos que estão sentados nos órgãos que
deveriam fiscalizar e estão defendendo interesses privados. Qual é o prejuízo
ambiental? Nós queremos, sim, a anulação de todas as licenças obtidas através
da corrupção. Infelizmente, nós obtivemos só 11 assinaturas: os dois Vereadores
do PSOL, Vereadores do PT, o Ver. Clàudio Janta, a Ver.ª Séfora Mota e
Vereadores do PSD – Bernardino Vendruscolo e Tarciso Flecha Negra. Onze Vereadores,
de 36; 25 precisam responder à sociedade por que não querem cumprir a função
primeira da Câmara, que é fiscalizar o Executivo Municipal. Trago este exemplo
para dizer, Ver. Reginaldo Pujol, que, muitas vezes, a maioria da Câmara é uma
minoria na sociedade. O povo quer investigação. Eu tenho recebido mensagens
pela Internet, pelo celular; a imprensa está divulgando; a Assembleia
Legislativa já instalou a sua Comissão Parlamentar de Inquérito, porque envolve
também Assembleia Legislativa e o Governo do Estado. É uma rede de ilegalidades
enorme, e a tentativa do Governo de que não haja investigação na verdade
demonstra que o discurso do Prefeito José Fortunati, que quer toda investigação
possível, não é coetâneo com a prática da base governista na Câmara Municipal.
Então, votaremos contra esse Projeto que aumenta os
índices de aproveitamento sem nenhum controle, mas eu gostaria de dizer aos
Vereadores que, muitas vezes, vocês podem ter maioria no Plenário, mas têm
minoria nas ruas da nossa Cidade. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir o PLCE nº 004/13.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Dr. Thiago Duarte; Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, a Bancada do PSD, composta por este Vereador e
pelo Ver. Tarciso Flecha Negra, evidentemente, já acertamos, desde o primeiro
momento, que nós votaríamos – e espero que possamos votar – favoravelmente a
este Projeto. A única coisa que me preocupa – e por isso eu fiquei insistindo
com a Presidência para dizer que são permitidos apartes nestes cinco minutos –
é porque somos autores de uma Emenda que retira a palavra “igreja”, pois não dá
mais, a Constituição não nos permite mais essas aberrações de exclusividade. A
Emenda retira a palavra “igreja” e coloca a expressão “templos religiosos ou
filosóficos de qualquer natureza”. Com isso, estou, inclusive, entendendo que
alguns Vereadores que costumeiramente frequentam umbanda, quimbanda e outros
segmentos não se acordaram para isso! Nós não podemos mais aceitar este tipo de
proposta que exclui os demais segmentos religiosos. Não podemos mais, é
inconcebível isso! Eu aqui falo com muita propriedade, pois não tenho
dificuldade nenhuma em frequentar os diversos segmentos religiosos, até porque
sou político, e nós, respeitosamente... Muitas vezes, somos convidados, e não é
preciso ser praticante de um segmento para frequentá-lo. Eu não tenho
dificuldade para isso, por isso faço esse desafio.
Ver. Nedel, V. Exa.
também falou em clínicas médicas, mas o Projeto não trata só de
clínicas. Estou vendo uma excessiva preocupação, Sr. Presidente, com clínicas
médicas. O Projeto trata, sim, de hospitais, clínicas médicas, hotéis,
apart-hotéis, centro de eventos, centros comerciais, shopping centers, escolas, universidades, igrejas. Então, não são
só clínicas médicas. Por que essa preocupação com clínicas médicas? É isso que
me preocupa.
O
Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ilustre Ver. Bernardino, sobre a retirada de “igrejas” e colocação de
“templos”, V. Exa. tem toda a razão, concordo. Este Projeto, que está incluindo
as clínicas médicas, é uma alteração do Projeto já aprovado. O Projeto é só a
alteração, só inclui clínicas médicas no Projeto anteriormente aprovado.
Somente isso. O Projeto anterior já está aprovado, agora estamos incluindo as
clínicas médicas.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito bem explicado. Então, estamos incluindo as
clínicas médicas. Com certeza, Ver. Tarciso, votaremos a favor e pedimos a
compreensão dos colegas. Vejo que V. Exa. já
concorda conosco, com a nossa Emenda, que faculta ou pretende facultar a
liberdade estendendo não só para igrejas, mas para todos os templos religiosos
e filosóficos. Se olharmos o que dispõe a Constituição Federal no seu art. 5º –
foge-me aqui o parágrafo –, a Constituição assegura a liberdade religiosa e,
pelo contrário, não permite ao Poder Público essa exclusividade de propor uma
condição especial para este ou aquele segmento religioso. Fico muito feliz que
o Ver. Nedel tenha sinalizado nesse sentido e finalizo dizendo: não é só esta
Emenda. Nós precisamos parar com essas propostas, e aqui está falando quem, por
decisão dos pais, é católico. Respeito e tenho a maior admiração pela Igreja
Católica, pelos espíritas, enfim, mas este é o nosso caminho: não mais fazer
essa discriminação. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Bernardino. Há mais algum Vereador
que queira discutir?
O SR.
REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Solicito abertura do painel eletrônico, para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.)
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Tendo em vista que dificilmente conseguiremos continuar a Ordem do Dia e
que tínhamos priorizado o Projeto de Lei que inclui, na disciplina de História,
conteúdo sobre a Campanha da Legalidade, eu queria registrar e agradecer a
presença do Ver. Christopher Goulart, que veio acompanhar a votação, e
convidá-lo para a próxima Sessão, em que deveremos priorizar este Projeto.
Agradeço a presença do Vereador e faço o registro. Obrigado, Vereador.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 17h32min): (Após o fechamento do painei eletrônico.) Não há quórum.
Está encerrada a Ordem do Dia.
Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Clàudio
Janta, solicitando representar esta Câmara no Encontro Nacional dos
Trabalhadores, no México, sem ônus para esta Casa, tendo o pedido sido deferido
pela Mesa Diretora.
Apregoo Requerimento, de autoria de Ver.ª Jussara
Cony, solicitando custeio de viagem e representação para o 1º Encontro de 2013
da Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade, na cidade de
Brasília, Distrito Federal, no dia 29 de abril de 2013.
Havia-me ficado pendente um esclarecimento antes do
encerramento da Sessão, e o faço neste momento. Foi-me trazida, pelas
Vereadoras mulheres, resposta às declarações do Secretário Carlos Casartelli em
jornal de grande circulação no dia 27 de abril (Lê.): “As declarações do
Secretário de Saúde Carlos Casartelli demonstram uma mania de perseguição que
extrapolam as questões políticas e de trabalho e partiram para questões
pessoais que atingem toda a Câmara de Vereadores. Quando ele comenta que
trabalharia menos se fosse Vereador, está colocando em dúvida as
responsabilidade e as atividades dos Vereadores de Porto Alegre. Quando ele
fala em inimigos, sugere que a base aliada está contra a pessoa, e não ao
trabalho que vem sendo realizado. As críticas, as audiências marcadas e os
contatos feitos com o Secretário não têm o propósito de derrubá-lo, mas sim de
fiscalizar e cobrar melhorias na Saúde, hoje falida e prejudicada tanto nos
postos de saúde como nos hospitais filantrópicos. Quando o Secretário, de forma
maldosa, se refere à última vereadora que reclamou, ele expõe o trabalho de
todos os vereadores da Casa, e principalmente, das oito colegas. Aqui, ninguém
‘reclama’. Aqui, fiscalizamos os serviços públicos. Ainda sobre a declaração de
que Casartelli se dispôs a atender a citada vereadora em qualquer horário entre
7h30min e 22h, e ela desmarcou por três vezes, a informação é inverídica, que
em apenas uma ocasião, depois de várias tentativas de marcar uma hora com o
secretário, ele sugeriu apenas dois horários para a reunião. Ou às 7h da manhã
ou às 10h da noite. Horários descabidos que ofendem até um vereador que
trabalha pelo povo da capital. Com tudo isso, a casa se mostra agredida,
desrespeitada por um secretário que precisa se preocupar mais com as pessoas
que sofrem nas filas, que não conseguem uma consulta e muito menos uma cirurgia
(...)”.
Essa é a resposta das Vereadoras, a qual esta
Presidência lê e acolhe.
Visivelmente,
não há quórum.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, desculpe, mas há quórum. Há 13 Vereadores presentes.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Tendo em vista que mais dois Vereadores
registraram presença, está mantida a Sessão. Por favor, solicito a presença dos
Srs. Líderes à Mesa. (Pausa.)
O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; colegas Vereadores, Vereadoras,
senhoras e senhores, eu venho aqui, em nome da Liderança do Partido dos
Trabalhadores, trazer para o debate a campanha que apresentamos nos 241 anos da
cidade de Porto Alegre: “O PT faz bem para Porto Alegre”.
Hoje estão destinados, Ver. Clàudio Janta, para
Porto Alegre, R$ 5,4 bilhões. O problema que está existindo hoje é que os
projetos não chegam ao Governo Federal, via Caixa Econômica, para serem
aprovados. Há poucos dias, o Prefeito Fortunati foi para a imprensa dizer que a
Prefeitura virou o ano no vermelho por responsabilidade do Governo Federal e da
Caixa Econômica Federal. Eu venho aqui novamente dizer a todo o público de
Porto Alegre – e nós nos colocarmos à disposição do Prefeito Fortunati – que
todos os dez projetos da Copa estão na carência de seus projetos, os projetos
técnicos não fecham com o Orçamento aprovado. O Orçamento existente não fecha
com o cronograma físico-financeiro dos projetos. Então, está havendo um total
desencontro na gestão desses projetos. O único que, agora, até o final desta
semana, provavelmente terá liberado os recursos é o da Av. Tronco. Agora, o
projeto da Av. Beira-Rio não está aprovado, e também o complexo aqui do
Beira-Rio, a passagem da Rua Anita, o “x” da Rodoviária, a Av. Severo Dullius,
lá na Zona Norte... Se a Prefeitura não se organizar, não elaborar seus
projetos, todas essas obras poderão parar.
E aqui eu trago outro problema, sobre o qual a
Cidade toda ficou sabendo hoje: se o Secretário do Meio Ambiente foi preso por
vender licenças ambientais para projetos privados, quem nos garante que todos
esses projetos e todas as licenças ambientais que foram apresentadas para as
obras da Copa não foram feitas de uma maneira incorreta também?
No grande debate na Audiência Pública que tivemos
sobre o Beira-Rio, sobre o projeto do parque do Gasômetro versus a duplicação
da Av. Beira-Rio, nós afirmamos e continuamos afirmando que o rito para
licenciamento ambiental dessas obras não foi realizado como preconiza a lei, e
aqui o meu papel é fazer com que a lei seja cumprida! O nosso papel é fazer com
que a lei seja cumprida e fiscalizar de perto o Executivo Municipal. E, já que
o Prefeito Municipal abriu um conjunto de investigações internas – e não é um
oportunismo da Bancada do Partido dos Trabalhadores estar vindo hoje aqui
falar, no momento em que a Polícia Federal prendeu um conjunto de Secretários
–, lembro que, nesta tribuna, cobramos do Secretário do Meio Ambiente, dizendo
que o rito da aprovação dos projetos da Copa não estava seguindo conforme a
legislação do Conama, conforme o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental, conforme o Estatuto da Cidade. Estão sendo tomadas medidas de
atropelamento, medidas de não dialogar com a Cidade, não ouvindo as
alternativas que podemos, tecnicamente, ter para a Cidade.
Eu volto aqui, em nome da Bancada, num momento como
este em que nós precisamos fazer reflexão, um momento crítico, para dizer que
os projetos que até o momento foram levados à Caixa Econômica Federal são
insuficientes para que as obras possam prosseguir.
Então, eu venho aqui dizendo que “o PT faz bem para
Porto Alegre”. Há R$ 5,4 bilhões, mas nós queremos que eles realmente sejam
aplicados na Cidade. Um grande abraço, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Engº Comassetto.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0615/13 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/13, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que altera o inc. I do caput
do art. 82 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – que
institui e disciplina os tributos de competência do Município –, e alterações
posteriores, estendendo até o 6º (sexto) dia útil de janeiro do ano da
competência o prazo para pagamento de impostos e taxa com redução de 20% (vinte
por cento). Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 0954/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 077/13, de autoria do Ver. Clàudio Janta, que
altera a ementa, o caput e o § 2º do
art. 1º e o caput, os incs. I e III,
als. a e b, e os §§ 2º e 3º do art. 2º da Lei nº 10.836, de 11 de fevereiro
de 2010, estendendo ao secretário de diligências do Ministério Público a
permissão para livre estacionamento e parada de seu veículo particular.
PROC.
Nº 1167/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/13, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Estação Dom Bosco, nos dois lados da Avenida, a estação de embarque e
desembarque de passageiros do transporte coletivo urbano, localizada na Avenida
Assis Brasil, nas proximidades do número 387, no Bairro São João.
PROC.
Nº 1168/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 099/13, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Estação São João, nos dois lados da Avenida, a estação de embarque e
desembarque de passageiros do transporte coletivo urbano, localizada na Avenida
Benjamin Constant, nas proximidades do número 97, no Bairro São João.
PROC.
Nº 1214/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/13, que autoriza o Executivo Municipal a
desafetar e doar ao Departamento Municipal de Habitação (Demhab) próprio
municipal situado no Jardim Bento Gonçalves, nesta Capital.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, muito obrigada. Eu quero dizer a V. Exa. que eu não sei
qual Vereadora respondeu ao Ver. Casartelli, mas eu assino embaixo em gênero,
número e grau se o Secretário se referiu a estas Vereadoras e Vereadores que
reclamam de coisas.
Nós aqui exercemos um trabalho seriíssimo de
representação da sociedade, e, quando acontecem crises como essa, em que chega
a ponto de a Polícia Federal agir, como é bom a gente olhar para trás e ver que
estávamos atuando, levantando o tema, apontando problemas, apontando para o
próprio Secretário – e já tem fotos circulando na Internet de quando fizemos um debate frente a frente com o Secretário
Záchia, à época, questionando critérios de licenciamento de corte de árvores na
cidade de Porto Alegre.
Então, ao discutir a Pauta, eu me refiro a um
projeto que está começando a tramitar nesta Casa, um projeto de lei que nós
aqui, com muito esforço, debatemos, com o acompanhamento da sociedade – como o
projeto que há pouco teve interrompida a sua votação – um projeto casuístico,
um projeto que abre mão de recursos públicos. E isso é muito sério. O direito
de construir, o índice construtivo novo, o solo
criado, a outorga onerosa de construir – essa linda expressão escrita no
Estatuto das Cidades – é um valor, é uma riqueza colocada na mão dos Prefeitos
e das Prefeitas. Isso é uma riqueza para o gestor que não tem recurso para
nada, nunca.
Aqui nesta Casa passam mil projetos concedendo. E o
que é conceder? É conceder sem cobrar contrapartida. E já está entrando hoje
aqui mais um debate sobre o DEMHAB, que está desafetando e doando uma área no
Jardim Bento Gonçalves. Nós vamos ver qual é. Então, se concede índice
construtivo para clínicas, para hotéis, para a OAS, passam áreas de ruas por
cima de praças, retirando-se área de parque - foi isso que aconteceu e está
acontecendo, barrado agora pela Justiça e pelo Movimento Social da Usina do
Gasômetro, e os responsáveis são o Secretário Záchia e a Prefeitura Municipal,
pois, como é área de parque, área de proteção ambiental, não poderia um
canetaço de um técnico, que deveria proteger as árvores, deixar as árvores
serem decepadas! É uma enorme área para criar uma grande rótula para os
automóveis fazerem a volta na frente do Guaíba, e não para as pessoas que
querem estar na frente do Guaíba, olhando para o Guaíba, embaixo de árvores. E
isso o Prefeito Municipal não entende.
Mas, talvez, agora, com o que aconteceu com o seu
Secretário do Meio Ambiente e também pelo fato de o seu Secretário de Obras
estar respondendo a um processo criminal e por ter vários Secretários
envolvidos em processos seriíssimos, o Prefeito entenda que tem que desacelerar
a aprovação de projetos, que tem que ouvir a sociedade, que tem que
regulamentar, Sr. Gil, representante do Prefeito, a quem respeito muito. Há
oito meses, o Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança foi aprovado
nesta Casa, e a Prefeitura não regulamentou, impedindo que a cidadania use
desse instrumento previsto no Estatuto da Cidade e previsto no Plano Diretor da
cidade de Porto Alegre; impedindo porque, quando o Prefeito não regulamenta,
impede que a cidadania solicite o Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança para
exatamente mediar a implantação de projetos que depredam o meio ambiente, que
depredam a qualidade de vida, que depredam a possibilidade de usufruir da
paisagem, que depredam o patrimônio cultural da Cidade.
Então, nós aqui estamos discutindo projetos,
principalmente os que importam para a cidadania, como as obras de arte nas
edificações, que dormem nas gavetas dos Secretários; não os regulamentam, e,
quando o fazem, não os implementam. É criminoso o que está acontecendo na
cidade de Porto Alegre e, uma hora dessas, acaba dando cadeia. Então, nós
queremos levar muito a sério o que se vota, o que se decide e por que se tira
ou não se tira quórum nesta Câmara. E aqui a cidadania acompanha muito de
perto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Sofia.
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sras. Vereadoras e
Srs. Vereadores, vou falar sobre o Projeto de minha autoria que está tramitando
pela quarta ou quinta vez. Já deve ter gente, nesta Cidade, dizendo: “Lá vem o
Bernardino, de novo, com o projeto do IPTU, querendo trocar o vencimento”. Mas
como é que nós vamos aceitar que um tributo vença no primeiro dia útil de
janeiro? Estou falando do pagamento do IPTU com 20% de desconto. Hoje é assim:
quem paga até o primeiro dia útil de janeiro tem desconto de 20%. É razoável
isso? Isso atende as pessoas que recebem salário ou aposentadoria no quinto dia
útil? Facilita? Não. Esse projeto só facilita aos grandes grupos financeiros
que trabalham especialmente com locações, que usufruem do desconto dos 20% e o
repassam com valor total. Só esses ganham dinheiro com isso.
Tenho dito, ao longo do tempo, que o Executivo está
perdendo de arrecadar. Porque as pessoas que estão pagando hoje com
antecedência não vão deixar de pagar; pelo contrário, vai aumentar a base, vai
aumentar o número de pessoas que pretendem usufruir deste desconto à medida que
espicharmos esse vencimento lá para o sexto dia útil.
Eu já tentei, no passado, transferir o vencimento
para o dia 15, não consegui; tentei para o dia 10, não consegui; e essa
tentativa para que o vencimento fique para o sexto dia útil é a segunda ou
terceira vez que estou propondo. Fui eleito para ficar aqui até 2016 e, durante
os próximos os anos, vou insistir nessa questão. Vou voltar aqui a bater na
mesma tecla, porque IPTU, assim como ITBI são assuntos que eu, por trabalhar há
muitos anos no mercado, conheço um pouco, e não tem como aceitar o vencimento
de um tributo no primeiro dia útil de janeiro. Isso atrapalha até aquelas
pessoas que têm economias reservadas para pagar, porque, nesse dia, os bancos
estão entulhados, assim como as agências lotéricas – além de que essas agências
lotéricas têm limitação de valores para receber. Então, Ver. Mauro Pinheiro, V. Exa., que já votou comigo em vários outros
projetos - e me lembro também da Ver.ª Sofia e do Ver. Comassetto, não cito os
demais Vereadores presentes porque são novos na Casa –, é lamentável que a
gente tenha que vir aqui e insistir nessa matéria, mas não dá para aceitar que
um tributo vença no primeiro dia útil de janeiro. Apontem uma cidade do Rio
Grande do Sul... A maioria tem seu vencimento, com desconto, a partir do mês de
fevereiro, março; muitas têm o vencimento no mês de janeiro, mas é a partir do
dia 15. O vencimento no dia 1º de janeiro fica difícil, e eu não consigo
aceitar essa teimosia! Chego a imaginar que possa haver alguma jogada contábil
no fechamento do Orçamento do Município. Chego até a desconfiar dessa
possibilidade, pois não tem outra justificativa. Não tem, é impossível, não
consigo entender! Por isso, Srs. Vereadores, mais uma vez, apresento este
Projeto, tentando mudar o vencimento do IPTU, passando, no mínimo, para o sexto
dia útil para quem quiser pagar com desconto de 20%. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h55min.)
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